domingo, 11 de março de 2012

Corredores: Uma raça negligenciada!

Uma Reflexão
Diga-me sobre onde tu andas que eu te direi quem és.

            Recentemente, em uma viagem a trabalho, visitei uma importante cidade do vasto e maravilhoso litoral brasileiro. Ficamos hospedados por uma semana em um confortável hotel localizado a beira mar. Como ficaríamos reunidos ao longo de todo dia naquela semana, imaginei a possibilidade de realizar algumas corridas pela orla como forma de desestressar após os dias árduos de trabalho. Bastava atravessar uma movimentada avenida para chegar a um longo e convidativo calçadão, por onde caminhantes e corredores locais rotineiramente realizam os seus treinamentos. Poderia correr à noite, ou pela manhã, tendo em vista que no local o dia amanhecia muito cedo.
            No primeiro dia fui bem cedo. Nos dias seguintes cheguei a correr ora em um, ora em dois períodos, isto é, tanto cedo quanto à noite. Até aqui tudo bem, mas chegamos ao ponto que eu gostaria de discutir neste artigo. Não se trata de um grito de revolta, mas sim o de alertar sobre os perigos do concreto para a prática da corrida.

Foto 1. Os perigos do concreto

Foto 2. Calçadão a beira mar

            Por falta de experiência, quando me iniciei nesta modalidade de esporte, realizava meus treinamentos sobre um calçamento de pedras muito bem construído ao longo de um belo lago em Goiânia. Após alguns meses correndo sobre aquela superfície, melhorei meu desempenho, mas, desenvolvi também uma significativa canelite, que me deixou impossibilitado de correr por uns três meses seguidos. 
Foto 3. Calçamento de pedras muito bem construído.

Foto 4. Outra inserção de um calçamento de pedras bem construído.

            Hoje tem sido uma prática cada vez mais comum, as prefeituras das cidades brasileiras utilizarem os blocos ou “bloquetes” de concreto no calçamento das principais praças e parques. Foi exatamente sobre esse tipo de calçamento que corri na cidade litorânea mencionada acima. Nesse exato momento, milhares de pessoas e atletas de todo o país estão fazendo o mesmo.

Foto 5. Corredores e caminhantes disputam espaço em calçadão a beira mar. Ao lado da calçada uma ciclovia.

            Literalmente, se pode assegurar que hoje vivemos em uma “selva de concreto”, pois assim são denominadas as grandes cidades. São vastas áreas compostas por grandes edifícios, percebidas como perigosas e muitas vezes desagradáveis, além de serem locais marcados por uma intensa competição e luta pela sobrevivência. Veja o vídeo ao final desse artigo apresentando uma típica "selva de concreto".
            Historicamente, os romanos foram os primeiros a usar uma versão do concreto em seus calçamentos, no entanto, este material veio a ser desenvolvido e pesquisado somente no século XIX. Sua resistência e durabilidade dependem da proporção entre os materiais que o constituem.
            Nesse aspecto, volto minha reflexão para nossos distantes ancestrais. Como seriam realizadas as corridas do homem primitivo? É de se imaginar que a corrida naquele tempo fosse realizada sobre trilhas. Apesar dos perigos e riscos a que estavam sujeitos, a corrida relacionava-se aos campos, matas, florestas, terrenos macios, serras ou colinas, não interrompidas por semáforos ou carros acelerados.  
            Imagino que o homem primitivo iniciava-se na corrida muito jovem e correndo sobre trilhas. Hoje, ao contrário, correr em trilha é uma evolução natural de uma vida de corrida iniciada no asfalto. A corrida na cidade, isto é, nas ruas, é um estereotipado um-dois-um-dois, insistente e apressado. Na trilha, a pisada fica amortecida, silenciosa e, em troca, se ouve a própria respiração.
            O pedestrianismo, precursor de nossas corridas de rua, também se consolidou como uma atividade desportiva, não competitiva, praticada essencialmente em ambientes naturais, por meio da qual os seus praticantes alcançam os benefícios inerentes à prática de atividades realizadas ao ar livre como, por exemplo, escapar ao stress e sedentarismo do dia a dia vivido nas cidades.
            Não estou aqui para fazer uma “ode” às trilhas, afinal de contas, assim como milhares de corredores brasileiros, também fui criado no asfalto. É no asfalto que o mundo acontece e, que as nossas provas de rua são realizadas. Entretanto, concreto e asfalto são notoriamente nocivos para o corpo. A terra, pedaços de madeira, pedra pulverizada e grama são mais suaves. Todo o corpo percebe o menor impacto e, não apenas os pés.
            Apesar das grandes cidades serem consideradas “selvas de pedra”, algumas delas possuem áreas de escape para corredores e atletas e fornecem alternativas muito interessantes para se realizar os treinos. Infelizmente, poucos têm acesso a essas áreas. São Paulo, por exemplo, tem o Parque Ibirapuera. Outras cidades como Curitiba e Goiânia são bem arborizadas e possuem muitas áreas preservadas. Curitiba, conta com excelentes parques que oferecem aos corredores pisos de grama e asfalto em excelentes condições de uso. Entretanto, não se iludam os pisos com superfícies de concreto estão em todo o lugar e, com eles, estão os riscos.
            Obviamente, a grande maioria dos corredores não tem outra opção para correr, o que demonstra que nós, enquanto corredores, e demais empresas interessadas no lucrativo segmento de “running”, ainda temos muito que nos fortalecermos enquanto grupo. Alguns escritores dizem que somos uma raça de pessoas “diferentes”, eu iria além dizendo que somos também uma raça muito negligenciada.
            Vejamos, a corrida de rua teve o seu boom nos EUA no início da década de 70, inspirado na vitória de Frank Shorter na Maratona Olímpica em 1972, gerando uma revolução, que ainda está em curso, e que conduziu a um aumento dramático no número de participantes em provas na história. A Runner’s World estima haver aproximadamente 24 milhões de corredores somente nos EUA.    
            No Brasil, somente agora estamos experimentando este boom. Apesar da grande paixão do brasileiro ser o futebol, o segmento de running atualmente movimenta cerca de R$ 4,5 bilhões no país e somos um mercado composto por aproximadamente cinco milhões de adeptos. Esse número é crescente.
            Do ponto de vista eleitoral, por exemplo, esse montante já pode ser considerado muito importante. Já como grupo, deixa a desejar, pois não se exerce uma grande força que ainda está latente. Somente em São Paulo, estima-se um crescimento no número de corredores na casa de 500% nos últimos dez anos, o que não deve ser muito diferente em outros estados, haja vista o crescente número de provas e competições.
            O calçadão da orla marítima a que eu me referi no início desse artigo possui aproximadamente um percurso de 10 km construído por blocos de concreto.  Do ponto de vista estético é muito bonito ver uma praça ou um calçadão construídos com esses bloquetes, principalmente quando há combinações de cores entre eles. 
Foto 6. 10 km de um calçadão a beira mar.

Foto 7. Uso de blocos de concreto coloridos

            Outro ponto interessante é que, bem ao lado desse calçadão a que me referi, há uma ciclovia. Hoje é muito comum encontrar essa combinação de calçadão e ciclovia nas principais cidades brasileiras. É necessário, no entanto, compreender a diferenciação entre calçada e ciclovia para podermos situar o corredor dentro desse contexto. 
            Como o próprio nome sugere a calçada (português brasileiro) ou (passeio do Português europeu) é um caminho destinado para pedestres, localizados ao lado das ruas, e que, geralmente, incluem-se no domínio público. Conhecidos desde a Antiguidade, e raros durante a Idade Média, os “passeios” foram reintroduzidos na Inglaterra no século XVIII. Constituem uma parte importante do espaço público urbano.
            Pelo que se possa entender, a calçada e suas variações, como o calçadão, são espaços destinado aos pedestres ou caminhantes, portanto, sobre eles, conforme observamos durante as manhãs e ao final das tardes transitam as pessoas, famílias com suas crianças, carrinhos de bebê, animais de estimação (opss... estes não são pessoas, mas deixemos passar).
            Quem tem a prática de correr nas praças públicas ou calçadões sabe o quão difícil é ter que se desviar constantemente dos pedestres que, às vezes, andam em grupos de 4 a 6 pessoas lado a lado, formando um verdadeiro paredão. Não podemos nos queixar, eles estão em seu espaço. Nós é que não estamos no nosso!
            Por outro lado a ciclovia é um espaço destinado especificamente para a circulação de pessoas utilizando bicicletas. Há vários tipos de ciclovia, dependendo da segregação entre ela e a via de tráfego de automóveis. Ela é reconhecidamente importante pela redução drástica no número de acidentes envolvendo ciclistas.
            Hoje, muitos reconhecem que também paira no ar uma perceptível segregação entre corredores e ciclistas, apesar do triátlon tentar realizar uma integração entre eles como uma modalidade esportiva. Isso leva a crer que nós corredores somos intrusos nesse meio, ou reafirmando o que eu disse anteriormente, somos mesmo uma “raça diferente” e negligenciada. Nós ainda somos incapazes de exercer a grande força que possuímos e que se encontra latente enquanto grupo. Os ciclistas possuem um forte lobby a seu favor, no mundo todo. Nós corredores, não. Talvez o número de ciclistas seja até maior do que o número de corredores, mas, lembre-se que aos ciclistas, como categoria, somam-se aqueles que usam a bicicleta como meio de transporte para o trabalho, muito comum nas cidades do interior, ou aqueles que utilizam esse veículo como forma de lazer. Todavia, como praticantes de uma modalidade esportiva, tenho minhas convicções para considerar que somos um contingente bem maior. 
   
Foto 8. Calçadão com manta asfáltica e ciclovia lado a lado.

Foto 9. Calçadão com bloquetes de cimento e ciclovia ao lado.
    
            Aos veículos pertencem as ruas, as estradas e rodovias; às bicicletas pertencem as ciclovias. Nós corredores ainda estamos em busca de nossa “running way” ou na melhor acepção da palavra, em busca da melhor forma de se praticar a corrida com segurança, em todos os aspectos, não somente sobre a superfície na qual escolhemos correr, mas, sobretudo encontrando o equilíbrio para uma convivência pacífica e harmoniosa com aqueles com os quais compartilhamos as vias ou os nossos caminhos.
            De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, se você não é motorista, motociclista ou ciclista, é um pedestre. E como tal, deve circular pela calçada. Entretanto, nós sabemos que as calçadas brasileiras não são apropriadas para a prática do esporte. Assim, nós corredores, ainda que pratiquemos nosso esporte no contrafluxo das ruas, se houver um acidente, a lei não estará ao nosso lado, pois, para todos os efeitos nos não deveríamos estar ali.
            Está certo que o local mais seguro para um corredor praticar o seu esporte é na pista de atletismo. Entretanto, além de ser rara, a grande maioria das pistas de corrida no Brasil não estão acessíveis a nós corredores, por diversas razões. Além disso, há ainda a dificuldade em se treinar nestas pistas para percursos superiores a 5 km, pois, sendo circular, cada volta perfaz apenas 400 m.  
            Ora, a corrida também pode ser definida como um dos três meios de transporte humano. Os outros dois são, o andar, ou marchar (o mais lento), e o saltar (o mais rápido). Assim, para amenizar um pouco a situação, até que não somos tão invasores assim, quando ocupamos os calçadões de nossas praias, praças, parques...   
            Para aquele atleta que só quer manter o seu condicionamento ou realizar caminhadas, ou até mesmo para a família que faz um passeio ao fim de uma tarde, não há nenhum problema em realizar suas atividades sobre uma superfície de concreto. Isso se você tiver sorte de morar próximo a um desses parques, caso contrário você terá mesmo de enfrentar os desafios de correr na rua e estar sujeito a toda sorte de riscos, como a maioria dos brasileiros que não possuem essa sorte, ou você se desloca até um parque perdendo uma hora ou mais no trajeto.
            Entretanto, independente de qualquer coisa, para a prática da corrida, o concreto ou as suas variações, algumas delas tentadoras, deveriam ser totalmente abolidas. Salvo raríssimas ocasiões, isto é, só mesmo por pura falta de opção.
            Digo tentadoras em função de que, algumas praças ou calçadões construídos por concreto podem estar muito bem disfarçados junto à beleza cênica local. Às vezes ele se encontra à beira de um lago, ao lado de uma bela orla marítima, sob frondosas árvores, próximo a um belíssimo jardim, mas ele esconde um grande perido. 

Foto 10.  Calçada com blocos de pedra sob sombras

Foto 11. Circundando um belo jardim

            Suas variações mais perniciosas incluem inclusive demarcações de quilômetros e metragem. Não se deixem enganar. Essa questão das superfícies disponíveis para a corrida já foi matéria discutida anteriormente aqui no blog. Especificamente procurem por:   http://www.companheirosdecorrida.blogspot.com/2012/01/solo-sagrado.html.

Foto 12. Não se deixem enganar: É concreto!

            Hoje, os principais treinadores do mundo reconhecem que o concreto é a superfície mais destoante que o corpo de um corredor pode encontrar. Ele é o mais rígido entre todos os pisos. É o que oferece maior impacto e, portanto, o menos indicado, especialmente se você estiver acima do peso. Se você não possui opção e tiver que correr sobre esse tipo de superfície, escolha um modelo de tênis com muito bom amortecimento, que ofereça proteção contra o impacto e flexibilidade, para maior conforto.
            O concreto ainda aparece como sendo um dos fortes fatores de risco para o aparecimento da canelite ou fratura de estresse, que freqüentemente acometem corredores iniciantes e até mesmo os mais avançados. Por isso, pisos duros e compactados como concreto devem ser evitados.
            Não sou um especialista, mas a partir de leitura em livros e revistas especializados no assunto, hoje se sabe que o concreto é seis vezes mais severo para os tecidos da tíbia do que o asfalto. O asfalto é três vezes mais severo do que a terra batida. A grama, que é mais macia, diminui significativamente o risco de inflamação nessa região, no entanto, apesar da dureza do asfalto, correr sobre ele ainda é muito melhor que correr sobre os calçamentos.
            Felizmente, apesar dos blocos de concreto serem muito comuns, se encontra por aí, em alguns parques e praças públicas, no lugar dos tais “blocos”, o uso da manta asfáltica, como cobertura de percursos destinados à prática da corrida. Isso ocorre como “exceção” à regra, pois, o comum mesmo é o uso dos blocos.

Foto 13. Calçada construída com manta asfáltica

Foto 14. Corredores correm sobre calçada construída com manta asfáltica
Foto 15. Correndo em Curitiba sobre manta asfáltica

            Como já se sabe, a superfície e terreno utilizado para a prática da corrida influenciam no número de lesões sofridas pelo atleta. A força total absorvida pelo corpo durante a corrida pode ser calculada como a quantidade de força por passada, multiplicada pelo número de passadas que se dá. Ajustar alguns desses fatores pode reduzir o risco de lesão. A superfície sobre a qual se corre faz uma diferença substancial na quantidade de peso absorvido pelo corpo. Essa diferença pode determinar se você cruzará ou não seu limite para lesões.
            Infelizmente, muitos corredores são forçados a fazer uma parte de seus treinos sobre o concreto, a superfície mais dura para se correr. Particularmente aqueles que realizam seus treinos nas cidades. Fraturas por estresse e inflamações na região da canela decorrentes do impacto no concreto podem ser prevenidas correndo sobre uma superfície mais macia.
            O asfalto, apesar de não ser tão duro quanto concreto, também não é a superfície de corrida ideal. O corpo humano não evoluiu correndo sobre superfície uniforme e dura. Nossas articulações, músculos, tendões, ligamentos e ossos não foram feitos para suportar centenas de quilômetros correndo sobre essas superfícies.
            O mais interessante de tudo isso é que, mesmo conhecendo os perigos do concreto, foi justamente por falta de opção que resolvi desestressar naquele convidativo calçadão, onde milhares de pessoas nesse exato momento se exercitam.
            Apesar dos riscos, após ter realizado algumas corridas naquele piso posso me considerar uma pessoa de sorte, pois saí somente com fortes dores na canela que me deixou dolorido pelos quinze dias subseqüentes. Em 1997, um estudo do Dr. Carmelo Bosco e colegas na University of Rome, publicado na Ergonomics, concluiu que "superfícies mais macias contribuem com uma taxa menor de lesões de corrida."
            Quanto maior a porcentagem do seu treinamento fora do concreto e asfalto, menor será a probabilidade de desenvolver lesões por superuso. Assim, o ideal é buscar por superfícies naturais de caminhos formados por terra, grama, campos, trilhas ou qualquer outro lugar onde se possa correr com menos impacto e menor probabilidade de lesão.
            Para a maioria dos corredores, nem sempre isso é possível. Afinal de contas vivemos na selva de pedra e espremidos pelo tempo. Muitas vezes, precisamos fazer nossos treinos simplesmente na hora e local em que isso é possível. Como sugestão, diante da impossibilidade, na medida do possível, procure variar os locais de treinamento. Por exemplo, na falta de um percurso formado por grama, procure um campo de futebol que é plano e seguro.
            Hoje é amplamente aceito que a corrida é o exercício mais eficiente para o corpo, pois gera condicionamento cardiovascular como nenhuma outra atividade. Uma desvantagem de se correr na rua está no desenvolvimento de uma cadeia muscular específica e limitada. Assim, ao correr sobre superfícies diversificadas consegue-se equilibrar o desenvolvimento de cadeias musculares diferentes, pois quanto mais variada e rigorosa a topografia do percurso, mais músculos se conseguem desenvolver. 
              Faça de seus treinamentos uma diversão e, procure correr sempre com segurança!   
              Encerro este artigo com um vídeo de uma típica "Selva de Concreto": São Paulo.
 Video Arte sobre o ritmo frenético da cidade de São Paulo, 2008. 

 

Fonte:


Barrios, Dagny Scott – Guia Completo para corrida em trilha: Tudo que você precisa saber para aproveitar ao máximo a sua corrida. São Paulo : Editora Gente, 2009.
Runner’s World – Edição 16 - Fevereiro 2010
http://www.companheirosdecorrida.blogspot.com/2012/01/solo-sagrado.html

quarta-feira, 7 de março de 2012

Dia de Saúde Unimed - 2012


Dia de Saúde Unimed 2012

                No sábado, dia 03.03.2012 foi realizada em Goiânia a 2ª edição da Corrida: “Dia de Saúde Unimed – Um evento para você e toda sua família”. A atividade organizada pela Velox Sports inaugurou tardiamente o calendário de corrida da cidade de Goiânia. Tardiamente em função de que já estamos no mês de março e somente agora os atletas locais tiveram uma chance de afinar o ritmo de seus treinamentos. Tudo indica que 2012 será um ano que haverá muitas provas na cidade, havendo risco inclusive de choque de datas, o que certamente tumultuará essa agenda.
                De qualquer forma, o calendário foi inaugurado em grande estilo. Provas noturnas são raras na capital goiana e, essa foi recheada de atrações, culminando com o grande show de encerramento realizado pela banda “Mr. Gyn”. 
                No ano passado, a primeira edição dessa corrida, realizada em 20.02.2011, deixou muitos atletas assustados em função do elevado nível de dificuldade dos percursos de 5 e 10 km, que apresentaram uma altimetria muito exigente.
                Para quem não se lembra, ou não teve a chance de participar, na primeira edição a largada ocorreu a partir do Centro Cultural Oscar Niemayer, incluindo passagens pelo Parque Ateneu, Parque das Laranjeiras, Alphaville e, finalizando novamente no Centro Cultural. Na ocasião, a largada estava prevista para as 09h. O calor foi muito intenso naquela manhã e houve um atraso de 40 minutos para a largada, agravando ainda mais a situação, o que colocou os atletas sob um forte teste de resistência. Além do mais, o percurso nos 10 km foi superdimensionado, totalizou 10.280 m.
                Nesse ano, a agência organizadora do evento realizou duas mudanças significativas: a) mudou o percurso de local e reduziu sua quilometragem para 4 e 8 km, além de uma caminhada de 1 km; b) a prova foi noturna, com a largada realizada às 19h30min. 

 Foto 1. Preparando para a largada
                A mudança do percurso não deixou a prova mais fácil. Ao contrário, especialmente para quem optou pelos 8 km. Os atletas tiveram que percorrer longas ladeiras entre o Estádio Serra Dourada e o Setor Sul, o que não foi nada, comparado à edição anterior.
                A realização de uma prova noturna foi muito bem vinda, segundo a maioria dos atletas. Além do mais a largada às 19h30min amenizou bastante os efeitos do forte calor que assola a região neste período do ano. Em função disso, muitos optaram por não utilizar a camisa oficial, de mangas compridas, oferecida no kit do atleta.
                Os corredores se concentraram no amplo estacionamento do Estádio Serra Dourada, onde foi montada uma grande arena, tendas das academias e assessorias de corrida, além do pórtico de largada e chegada. Foi uma bela festa e, realmente, uma excelente ocasião para rever os nossos companheiros de corrida. Vi e tive oportunidade de conversar com muitos deles!

Foto 2. Com atletas e companheiros (as) do Grupo Giramundo

Foto 3. Com os Companheiros (as) do Grupo Giramundo
Foto 4. Com o companheiro e atleta Advaldo

Foto 5. Com o companheiro Silvio Moura Caetano

                Aproveito para registrar aqui os PARABÉNS para o nosso companheiro de corrida Hugo Vinnicius da Lince Assessoria Esportiva, que apoiou e marcou presença nessa bela festa em comemoração à saúde e ao mesmo tempo inaugurou sua tenda e as novas camisetas da assessoria com o seu grupo de atletas.

Foto 6. Com o companheiro Hugo Vinnicius da Lince Assessoria Esportiva
                Entre os pontos altos do evento, citamos o número de atletas inscritos: foram diversas assessorias esportivas, academias e grupos de corrida, totalizando aproximadamente cerca de 1.200 atletas amadores e de elite.
                O narrador Dudu Domingues também foi outro grande destaque. Uma recente reportagem da Revista Contra Relógio confirma que a presença dos narradores é quase obrigatória nas provas. Dudu Domingues é um show a parte. Ele tem o dom de narrar as emoções da corrida e a habilidade para motivar, descontrair e informar o público presente de forma amena e tranqüila, sem ser exagerado. Já tive a oportunidade de participar de algumas corridas em Brasília com ele e a emoção é a mesma. Nas provas em que ele esta presente o evento é um sucesso.
                Outro ponto que merece destaque e ficará na memória daqueles que participaram foi a passagem, por volta do km 7 da competição, no anel interno do Estádio Serra Dourada que abriu as suas portas e acendeu os seus holofotes para receber os atletas. Apesar de o estádio estar vazio, percorrer todo o anel interno do estádio foi muito emocionante. Foi uma pena não ter um fotógrafo ali, naquela hora, preparado para registrar aquele raro momento.

Foto 7. Estádio Serra Dourada - Goiânia-GO
                A organização foi impecável também na disposição dos postos de hidratação e dos staffs ao longo do percurso, que foi muito bem sinalizado. Era impossível errar o caminho. Eles estavam todos em destaque nos principais pontos, ora acenando uma lanterna, ora soando um apito.
                Finalmente, como um evento para toda a família, registra-se também como ponto alto as diversas atrações preparadas pela organização, que incluiu a presença de artistas, malabares, jogos e várias atividades de entretenimento para crianças, além do grande show de encerramento que deixou a festa ainda mais bonita.
                Infelizmente, o ponto baixo mais uma vez fica por conta de uma marcação correta do percurso, que já se tornou um problema crônico nas provas de Corrida de Rua no Estado. Ora se corre bem mais do que o previsto, ora, bem menos. Já houve prova por aqui que os atletas tiveram que percorrer 700 m a mais do que o previsto.
                Após a finalização da prova, conversamos com vários atletas que correram o percurso de 4 km e eles também lamentaram muito essa questão. Alguns tinham a percepção de que não correram sequer 3 km. A aferição de meu GPS para o percurso maior, por exemplo, foi de 7, 700 m. Sem dúvida alguma, uma forma de compensar os atletas da primeira edição, que correram quase 300 m a mais pelas ladeiras do Alphaville e do Parque das Laranjeiras.
                Uma curiosidade que vale a pena ser relatada ocorreu durante minha passagem pela Marginal Botafogo, cujo trânsito foi temporariamente interrompido em função da corrida. No momento de minha passagem, havia uma ambulância cujas sirenes bradavam insistentemente pedindo por passagem, enquanto que um cordão de corredores passava pelo local naquele exato momento. Isso exigiu muita habilidade do staff.
               Apesar da irritação de alguns motoristas, geralmente os mais apressados, outro problema crônico nessa capital, felizmente tudo ocorreu bem e a ambulância conseguiu passar pelo bloqueio e seguir o seu caminho. Não podia ter sido diferente para um evento que, enfim, celebrou o DIA DA SAÚDE!
                Abaixo, disponibilizamos um vídeo de aproximadamente 10 minutos de gravação registrando a chegada dos atletas durante o intervalo de 28 até os 39 min. de prova. Se você chegou dentro desse intervalo, confira a sua chegada!


               Um grande abraço a todos!