sábado, 23 de julho de 2011

A corrida e seus Valores - Maratona de Curitiba 2010


      O universo dos corredores de rua está repleto de histórias. Já havia tempo que gostaria de compartilhar uma delas, vivenciada por mim e o colega Ricardo durante a XIV Maratona de Curitiba em 2010, minha primeira maratona.
       Primeiramente, farei uma breve retrospectiva antes do relato da história final. Não imaginava que correria uma maratona com apenas um ano e meio após abandonar o sedentarismo, mas já havia participado de algumas provas de 5 e 10 km, além de duas meias maratonas neste período. Portanto, já era hora de aventurar-me um pouco mais!
       A princípio, hesitei em aceitar o convite do colega Ricardo, militar, corredor e maratonista de longa data, para iniciarmos um programa de treinamento tendo vista a Maratona de Curitiba de 2010. Um convite que, segundo ele, apenas os “bravos” aceitariam. Ainda receoso, pois não me considerava enquadrado nessa categoria, aceitei o convite e fui testar os meus limites. Com a experiência dele e, de posse de uma planilha, fomos aumentando gradativamente a duração dos longões.
       Lembro-me até hoje do dia que rompi a barreira dos 30 km. Estávamos apenas eu e o colega Hugo, outro companheiro do asfalto. Com o suporte logístico de minha esposa e filho Thiago, preparamos os nossos kits, com alimentos e hidratação, e partimos para a rodovia que liga Goiânia à pequena cidade de Nerópolis, sem dúvida, um trecho com uma variação altimétrica impressionante. Enfrentamos grandes desafios, pois nessa época do ano, o cerrado seco chega a apresentar uma umidade relativa do ar entre 10 a 12%, ainda mais agravada pelas intensas queimadas. Mesmo hidratando-se corretamente, ao final do treinamento, não conseguia sequer sentar. 

       Assim, pensei em desistir desta idéia de correr uma maratona. Entretanto, como todo corredor tem um “parafuso a menos”, na segunda-feira já estava pronto para correr novamente. Após meses de treinamento, cumprimos a planilha e percebi que poderia concluir uma prova dessa envergadura. Começamos a nos preparar para fechá-la em 4 horas. Um desafio e tanto.



       Chegada a grande data, parti para Curitiba. Cheguei numa sexta-feira à noite, onde fui recepcionado pelo Ricardo, que já se encontrava por lá, e um casal de sobrinhos dele. Hospedamos-nos na casa de sua irmã, um bonito sítio em São José dos Pinhais. No dia seguinte, saímos para pegarmos os nossos kits de corrida. No trajeto, tivemos um pequeno incidente com o carro, que se chocou com uma moto durante um “engarrafamento”. Perdemos um pouco de tempo, mas, por sorte, houve apenas danos materiais. Depois de contornado o problema e retirados os kits, aproveitamos para conhecer uma parte do percurso em Curitiba. À noite, fomos brindados com uma com um excelente “jantar de massas” preparado pela irmã do Ricardo. Tudo ia bem e conforme o planejado.
       Acordamos por volta das 5h, tomamos nosso café e partimos, em uma Kombi de propriedade do cunhado do Ricardo, que se dispôs a nos levar para a corrida. Quase 7 horas da manhã, estava tudo certo, quando, faltando 10 km para chegarmos ao local da largada, que estava programada para as 7h30min, o seu cunhado, um “expert” em veículos, exclamou: - Ih! Acho que a gasolina vai acabar! Logo em seguida repetiu: - Ih! Acabou! E logo encostou o carro que a esta altura apresentava uma pane seca. Isso nos deixou transtornados! Diante do desespero começamos a pensar em alternativas para nos tirar deste sufoco. Chegamos a avistar um posto de gasolina, todavia o mesmo ainda estava fechado e só abriria às 07h30min (horário da largada). Ficamos um tempo tentando avistar algum taxista. A essa hora da manhã, os poucos que passaram já estavam ocupados. Cogitamos ir correndo! Todavia, seria impossível alcançar a largada em menos de 30min, o que só aumentava nossa frustração.
       Que situação! Depois de meses de preparação árdua, com investimento de tempo e dinheiro para nos inscrever na prova e deslocar de Goiânia para Curitiba, estávamos sob o risco de “morrer na praia”, isto é, nem sequer chegar ao local da largada. Neste momento, a irmã do Ricardo, no ímpeto, foi para a lateral da rua pedir uma “carona”.
       Naquela manhã de domingo, havia poucos veículos circulando, mas, após algum tempo, um carro com três curitibanos reduziu a velocidade para ver o que estava acontecendo. Para nossa sorte, eles também eram corredores e participariam da corrida na modalidade de 10 km, cuja largada estava prevista para as 8 horas. Como estávamos utilizando os trajes de corrida, com numeração de peito inclusive, eles nos identificaram, viram o nosso desespero e se dispuseram a nos ajudar.
       Lembro-me ainda que havia, no interior do carro, uma cadeira de bebê. Apertamos-nos no veículo e partimos. Eles nos deixaram a cerca de 500 metros da largada. Despedimos-nos rapidamente e saímos no “tiro”. Fizemos esta distância correndo. Chegamos ao local de forma concomitante com a largada. Largamos ainda meio assustados. Seguimos com a adrenalina elevada até a metade do percurso, e fazendo um tempo menor do que o previsto para cada quilômetro rodado. Fechamos a prova com 3h 35min. Ufa!!!


       Posteriormente, agradecidos pela ajuda dos “corredores desconhecidos” e diante de tantos outros exemplos de boa vontade que já presenciamos no mundo da corrida, cunhamos a seguinte frase, que nos inspira e vem inspirando o nosso grupo de corrida “Giramundo” até hoje:

“A corrida proporciona valores que vão além do simples condicionamento físico!”

       Aos corredores desconhecidos, a nossa gratidão!

terça-feira, 19 de julho de 2011

A Experiência de correr a Maratona do Rio de Janeiro 2011


               Como integrante do grupo de corrida Giramundo de Goiânia, cumprimos o tão sonhado objetivo de participar de um evento do calendário anual de corridas pelo Brasil. Depois de quatro meses de treinamento, o grande momento estava finalmente se aproximando.
                Após fazermos o check-list de todo material, dirigimo-nos ao aeroporto, onde embarcamos para o Rio de Janeiro. Estávamos ansiosos para participar da Maratona da cidade do Rio de Janeiro de 2011. Embarcamos nessa aventura eu e meu companheiro de treinos e corridas Rene Miguel. Conosco também foi minha esposa, documentarista e fotógrafa que registraria toda a nossa ansiedade e experiência.
                Foi impactante visualizar, ao mesmo tempo em que o avião decolava, todo o circuito onde realizamos os nossos treinamentos para esta grande maratona. Por meses a fio, por vários domingos, abrimos mãos do convívio familiar para treinarmos. Nas manhãs de domingo, corríamos entre os limites dos bairros Jaó, Santa Genoveva e Jardim Guanabara, o que, é claro, envolvia os limites do aeroporto de Goiânia. Finalmente, o grande dia chegava.
                A Maratona do Rio de Janeiro em 2011 foi um evento grandioso, pois paralelamente aconteciam os 5° Jogos Mundiais Militares, momento no qual o governo da cidade pretendia demonstrar que estão preparados para sediar os Jogos Olímpicos. O reconhecimento internacional com chancelas do IAAF, AIMS e CBAt, fez com que o nível técnico fosse muito elevado. Assim, além da Elite dos corredores, o evento também contou com o pelotão de elite dos atletas militares, muito deles, atletas da elite mundial na distância.
                A expectativa para esta corrida foi enorme. Afinal, além da grandiosidade do evento, estaríamos ainda correndo na “cidade maravilhosa”, entre belos cenários: de um lado o mar e, do outro, a beleza do Rio. Sob as bênçãos do Cristo Redentor, o Grupo de Corrida Giramundo, novamente girava o mundo.
                Ao desembarcarmos no Rio, fomos calorosamente recepcionados pelo Edmilson, nosso colega de treinamento em Goiânia e que já havia chegado e se instalado na cidade. Aproveitamos o momento para pegar os nossos kits, em uma estrutura montada no MAN-RJ, bem ao lado do aeroporto Santos Dumont.


                Logo à noite, passeamos pelo bairro de Santa Tereza, famoso pela boêmia, o bondinho, a vista maravilhosa da cidade e seus diversos ateliês, bares e restaurantes. Jantamos no “Bar do Mineiro”, boteco várias vezes premiado pela Revista Veja. Permitimos-nos algumas extravagâncias, afinal de contas, no domingo nós necessitaríamos de todas as reservas calóricas possíveis.




                No sábado pela manhã, antes de tomar o nosso café, fizemos um trote de 8,5 km com o objetivo de "soltar a musculatura".


             Ainda na véspera da corrida, andamos bastante pelas ruas do centro do Rio, o que nos deixou muito cansados. Visitamos a Catedral e o Museu de Arte Sacra em seu subsolo. Fotografamos partes do centro antigo e, ao final da manhã, fomos novamente até o aeroporto recepcionar outro colega de treinamento, o Fernando. Fomos levá-lo ao hotel e, no trajeto, mais fotos a partir do Aterro do Flamengo. 


                 À tarde, fomos ao Leblon e, no princípio da noite, jantamos em uma pizzaria na Lagoa Rodrigo de Freitas. Voltamos cedo ao hotel e, mesmo cansado do longo dia, ainda preparamos todo o material necessário que precisaríamos para a corrida. À noite chegou o último companheiro do grupo Giramundo, o Ricardo. A equipe, então, estava completa para esse evento.


                Chega o grande dia! O domingo da Maratona do Rio de Janeiro. Optamos por nos deslocar até o ponto da largada com o ônibus de um grande grupo de corredores da cidade de Juiz de Fora, amigos de nosso companheiro Ricardo. Às 04h30min da manhã já estávamos de pé e, às 05h00min tomamos o nosso café. A previsão de saída era às 05h30min, todavia, houve um atraso de 30 minutos, o que nos causou grandes problemas. No trajeto, o ônibus deixou primeiro os corredores que iriam participar da meia maratona. Pegamos um grande fluxo de veículos e, além disso, contamos também com a inexperiência do motorista que errou o caminho para a largada da Maratona.

                Nossa ansiedade foi muito grande, pois, assim que o ônibus chegou ao local da largada, mal estacionou e descemos rapidamente para tentar tirar uma foto, quando, de repente, vimos que a largada da Maratona já havia sido dada. Foi um grande tumulto e nos dispersamos. Cada corredor tentou, à sua maneira, se infiltrar no funil de largada, junto aos outros 5.000 corredores que partiram para a grande jornada. De longe, ainda foi possível observar o grande maratonista brasileiro Marilson dos Santos que apadrinhou o evento desse ano.

                Impulsionados pelo estresse inicial, nossa largada foi marcada por um ritmo forte e uma tentativa de recuperação de posições. Estávamos juntos: eu e o Rene. Chegamos a ultrapassar vários corredores nesta fase e até a primeira metade da corrida.


                Entre os km 12 e 15 encontramos e cumprimentamos vários corredores de Goiânia e Brasília. Vimos também vários corredores de outros países como França, Itália, Argentina, Dinamarca, Alemanha, África, etc. Nesta altura, estávamos conseguindo imprimir um ritmo abaixo de 4:30 min./km. Aos poucos não vi mais meu companheiro Rene.
                Consegui manter este ritmo até o km 26, mesmo considerando que no km 22 enfrentamos uma forte subida na altura do “elevado do Joá”. Mesmo assim, consegui manter o ritmo e ainda ultrapassar vários competidores.
                Aqui vale uma observação. A organização do evento preparou várias surpresas para os corredores. Uma delas ocorreu no primeiro túnel. Foi uma experiência única percorrer esse trecho ouvindo uma música clássica e tendo nas paredes do túnel, uma projeção de imagens em movimento de corredores. Tudo isso patrocinado pela Light, a companhia elétrica local. Assim, onde apenas se ouve os roncos dos motores, foi possível ter esta sensação de um grande vazio em que se ecoava uma tranqüila música clássica ao fundo e, de longe, os estampidos das pisadas dos corredores. Tivemos a oportunidade de passar neste ponto por outros atletas além de alguns corredores militares que participavam dos Jogos Mundiais.
                Por volta do km 27, enfrentamos outra subida na Av. Oscar Niemayer onde tive que reduzir o ritmo. Enfrentei os primeiros 30 km desta prova, imprimindo um ritmo excelente e, ao mesmo tempo, me sentia confortável. Até este ponto a presença do público era mínima. Todavia, ao adentrar Ipanema, a presença do público de todas as idades incentivando e apoiando os corredores aumentou e foi muito emocionante. Por volta do km 32, ao me desviar para pegar um copo com água, em um dos postos de hidratação, senti uma câimbra na coxa esquerda. Então, tive que reduzir o ritmo para conseguir continuar correndo.
                O calor, umidade e o sol, marcaram um atípico dia de inverno carioca e proporcionaram um enorme desgaste físico. Ao adentrar em Copacabana, a presença do público incentivando os corredores aumentou. Por volta do Km 36, senti outra câimbra, agora  na coxa esquerda. Tive que novamente reduzir o ritmo para poder continuar na corrida. Nesta altura, a gente entende que não corremos por nossa própria causa, mas sim pelos filhos, pais, esposa, amigos e pelas pessoas que sempre nos apoiaram.
                Em certo momento, resolvi consultar o ritmo em meu GPS e também senti uma contração no pescoço. Ou seja, cada distração numa corrida como essa, precisa ser antes pensada devido aos momentos cadenciados. Toda energia está voltada para a corrida. Quando adentramos a Av. Princesa Isabel, saindo de Copacabana, fomos surpreendidos e recepcionados por uma banda marcial que executava algumas músicas para incentivar os corredores neste ponto crítico. Assim, mesmo sentindo uma forte exaustão, mantive-me forte na corrida e ainda consegui ultrapassar mais alguns corredores. Cheguei até o aterro do Flamengo, onde já sabia que o final da jornada estaria próximo. Após alguns minutos de corrida, uma voz gritou no meio da multidão: “-Faltam apenas 400 m!” Reuni todas as minhas forças e tentei acelerar. Mais um pouco, lá estava a linha de chegada, onde minha esposa me esperava. Exausto, com 03h14min55seg finalizei esta prova repleta de emoções e surpresas.



                Em provas desta natureza é muito comum os outros perguntarem: “- Qual foi a sua colocação? Em qual lugar você chegou? Na maratona, não importa muito qual o lugar você chegou, pois, o que importa mesmo é o desafio de vencer as próprias limitações e concluir todo o percurso, dentro de certo tempo previsto para cada faixa etária.
                A organização do evento foi excepcional, desde a retirada dos kits, até o encerramento. Os postos de hidratação, de gel repositor, de isotônicos e, de ajuda, funcionaram perfeitamente. O público prestigiou bastante, especialmente no último terço da corrida. Só para se ter uma idéia da grandiosidade do evento, destacamos alguns números interessantes: foram utilizadas 12 toneladas de tecido, 6.000 grades, 150.000 frutas, 450.000 copos d’água, 2.200 staffs, 80.000 alfinetes, 2.500 cones para balizamento, 32.000 saches de gel e 140 ônibus que fizeram o transporte dos corredores até a largada da maratona e da meia. A cidade, bonita e maravilhosa! Valeu muito à pena esta experiência! No ano que vem tem mais, no Rio de Janeiro e em outras cidades!
                Tudo foi perfeito, pois, nenhum bueiro “explodiu” com algum corredor por perto, mas infelizmente, a cidade do Rio deu provas que ainda não está pronta para sediar um grande evento como uma Olimpíada, mesmo tendo esta oportunidade de sediar os Jogos Mundiais Militares. Os congestionamentos ainda são grandes. No Aeroporto Santos Dumont, por exemplo, chegamos a ficar por 20 min. dentro da aeronave, aguardando uma escada chegar para desembarcarmos. Neste mesmo aeroporto não há uma única farmácia para atender uma emergência. Além disso, no dia de nosso embarque de volta, não havia um banheiro em funcionamento, salvo o do restaurante que, à essa altura, também ficou congestionado. Mesmo assim, a experiência fez justiça à cidade: foi maravilhosa!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Circuito Track & Field Goiânia 2011


              Ontem foi realizada a primeira edição do Circuito Track & Field em Goiânia (5 e 10 Km). O evento ocorreu no Shopping Flamboyant. A organização foi impecável e ofereceu uma ampla estrutura de apoio, acesso ao estacionamento do shopping facilitado, além de comodidade e segurança para todos os participantes.
              Além dos atletas goianos, o evento contou também com a participação de atletas de elite provenientes de outros estados, principalmente Brasília e São Paulo.
               A única queixa ficou por conta do percurso. Quem correu os 10 km, teve que fazer o percurso de 5 km duas vezes. Além disso, segundo alguns participantes, o percurso deixou a desejar em função de exigir constantes quebras de ritmo, uma vez que os corredores tiveram que fazer várias curvas entre as ruas e quadras do Parque Flamboyant.
                Abaixo seguem algumas fotos:






domingo, 10 de julho de 2011

O Dia da Maratona

               Depois de uma longa e extenuante preparação, chega o grande dia: A Maratona! O treinador da 4any1, Aulus Sellmer, ofereceu na edição de novembro de 2010 da CR algumas dicas, baseadas no controle do ritmo, temperatura, freqüência cardíaca, roupas, alimentação e hidratação, as quais também considero muito importantes! Utilizei algumas destas dicas durante a 14ª Maratona de Curitiba. Algumas funcionaram, outras não.
                O ritmo, por exemplo, deve ser determinado de acordo com os treinamentos realizados. Em minha primeira experiência como maratonista, na faixa etária de 45-50 anos, estipulei com meu colega  de treinamento, o ritmo de 5 min. /km. Para isso, fomos cuidadosos e criamos uma pulseira, onde marcamos, com base neste ritmo, o tempo previsto para cada 5 km de prova. Quando passamos pelos primeiros 5 km, observamos que estávamos com um tempo de prova bem abaixo do previsto. Em nosso caso, houve uma justificativa para isso, que será tema de outra publicação. Como vimos que estávamos nos sentido bem, continuamos naquele ritmo e, ao final, concluímos a prova em 3h35min, um tempo muito menor do que o previsto. Foi inevitável que entre os km 30 e 35, surgisse o tão temido “muro” ou “urso”, que assombra todo maratonista, senti muita fadiga e o ritmo da prova, conseqüentemente foi reduzido.
                Para o treinador Aulus, a temperatura é outra variável muito importante. Para ele, se estiver acima de 25°C e você não estiver aclimatado, devem ser acrescidos 30 segundos no seu ritmo por km. Para ele, o que discordo em partes é que, se a temperatura estiver alta e o corredor não estiver aclimatado, o recorde pessoal deve ser adiado para uma próxima maratona de forma que, muito calor significa “abortar a estratégia” e curtir a prova utilizando uma hidratação reforçada.
                Quanto a freqüência cardíaca, ele considera um grande erro utilizar o frequencímetro como referência, pois, depois de tanto treinamento, o corredor certamente já sabe o que fazer. Para ele, a FC pode modificar o comportamento e confundir a estratégia e, o mais importante é ter em mente o respeito aos seus limites.
                Com relação às roupas, ele aconselha o uso dos tecidos “inteligentes” que tiram o suor da pele e o jogam para a superfície externa. A proposta destes tecidos é manter o corpo  mais fresco nos dias quentes e aquecido nos dias frios. Para casos de temperatura abaixo de 10°C ele aconselha o uso de luvas, gorro, calça leg e camiseta de manga comprida. Entre 10 e 15°C não é necessário o uso de calça leg e o uso de outros acessórios depende da sensibilidade do corredor. Baseado em minha pouca experiência como corredor, aprendida com meus “companheiros de asfalto”, especialmente aqueles com quem treinamos os longões para as maratonas, não se deve esquecer do uso da “boa e velha” vaselina para lubrificar o corpo em seus pontos de atrito com a própria pele, como as axilas, região inguinal, ou com o próprio tecido como os pontos de contato entre o short e a virilha, os pés e a meia, etc. Atenção também deve ser dada na proteção dos mamilos, pois eles podem entrar em atrito com a camiseta.
                Com relação à hidratação, Aulus, aconselha realizá-la a cada 5 km (mesmo não estando com sede), sendo a quantidade ingerida, de acordo com a temperatura ambiente. A inclusão de isotônicos ajuda a reposição de sais minerais.
                Com relação à alimentação suplementar, ele aconselha como uso obrigatório o carboidrato a cada 30 minutos de prova, assim como os aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA) e uma cápsula de sal a cada 10 km.
                Uma coisa é certa, neste “Grande Dia” não se deve inventar. Nada de fazer extravagâncias em sua alimentação no dia anterior, o ideal é que não se beba álcool neste dia, saboreie uma boa massa, um purê de batatas e nada de usar condimentos, creme de leite, molhos a base de queijo, etc. Isto pode acabar com a jornada.
                Também, nada de estrear tênis ou roupas (shorts, camisa...) novos. Um calçado apertado ou roupa mal ajustada pode causar um tremendo desconforto e fazer com que a maratona seja uma enorme tortura para você. Neste sentido, vale uma dica: tente se possível, utilizar os mesmos acessórios utilizados durante os longões. Com estas pequenas dicas, desejamos uma boa prova!

domingo, 3 de julho de 2011

Motivos para começar a correr

   
             Uma recente pesquisa do Ministério da Saúde  (Vigitel 2010 - Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) traçou o perfil dos hábitos de saúde e qualidade de vida da população brasileira.
             As conclusões são um alerta sobre a má alimentação e, também, podem servir como incentivo  à decisão de parar de fumar. Todavia, os resultados apontam também para uma nova tendência: a de ganhar peso.
                A pesquisa, de certa forma, confirma a realidade vista em outras avaliações não só brasileiras, mas de todo o mundo, o que é o resultado de profundas mudanças comportamentais advindas dos avanços tecnológicos, transporte motorizado e do maior poder aquisitivo da população. O levantamento mostrou que quase metade da população adulta, isto é,  48,1% estão acima do peso e, 15% são obesos.
                Além de elevações dos níveis de triglicérides, colesterol LDL, pressão arterial, distúrbios do sono, entre outros, uma das principais conseqüências é a limitação física,  o que pode não ser observado tendo em vista as facilidades e o estilo de vida do homem  na era moderna.
                Para quem deseja sair desta estatística, só há uma resposta: uma  mudança no estilo de vida, o que envolve buscar um balanço calórico com o aumento da prática de atividade física e uma reestruturação alimentar. Como atividade física entende-se tudo aquilo que exija concentração muscular e gasto energético. É necessária uma mudança filosófica e uma reeducação para superar estas perspectivas.
                Adotar a corrida como forma de atividade física nos mantém saudáveis. O convidamos a fazer o mesmo! Correr é bom por que o mantém saudável e melhora vários parâmetros da saúde e do bem-estar geral. 
                Por exemplo: o faz perder peso diminuindo as medidas corporais, melhora o sistema cardiorrespiratório, a circulação sanguínea, favorece uma boa noite de sono, melhora a postura e a aparência física, desacelera o processo de envelhecimento, aumenta o fôlego, a flexibilidade e a força muscular, melhora a disposição sexual, melhora a concentração e disposição para o trabalho, ajuda a construir boas amizades, o que, em síntese, o faz sentir-se mais feliz.
                 Correr é muito simples. Pode ser feito sozinho ou na companhia de um amigo ou de um grupo de corrida. Além de tudo, é uma prática esportiva de baixo custo. Basta ter um pouco de disposição e um bom equipamento, que neste caso é um bom par de tênis. Seja na cidade em uma rua segura ou praça pública ou ao lado da natureza, isto é, um bosque ou na beira do mar. Motivos e uma vista inspiradora não haverão de faltar.