Participem
do maior evento da categoria que, pela primeira vez, será realizado em uma
cidade da América do Sul, neste caso, em Porto Alegre – RS – Brasil durante o
período de 16 a 27 de Outubro de 2013!
A
WMA
(World Masters Athletics) é a entidade mundial que rege o atletismo
masters – pessoas com mais de 35 anos de idade- que inclui provas de pista e
campo, cross country e provas de corrida de rua.
A
organização começou sob o nome de Associação Mundial de Atletas Veteranos,
fundada 9 de agosto de 1977, em Gotemburgo , Suécia . Em 2001, o nome mudou
oficialmente para World Masters Athletics
e seu campeonato é agora chamado de World
Masters Athletics Championships. A organização chancela eventos em todo o
mundo, fornece as especificações para modificações na regra inspirados na idade
(um suplemento com as regras do esporte por seu órgão mundial que rege, a International Amateur Athletics Federation (
IAAF ).
Os
campeonatos World Masters ao ar livre são realizados a cada dois anos desde
1975, e uma bienal World Masters
Championships Indoor estreou em março de 2004 em Sindelfingen, na Alemanha
. O último mundial foi em Sacramento, Califórnia, em 2011. O próximo mundial
será em Porto Alegre, Brasil.
Vejam
a programação oficial:
15 de outubro – Cerimônia de abertura
16 de outubro – 1º dia de competições
20 de outubro – Sem competições – Reuniões Comitês e Regiões
21 de outubro – Fórum de Eleições WMA
22 de outubro – Festa de confraternização dos atletas
23 de outubro – Assembléia Geral da WMA
27 de outubro – Último dia de competições – encerramento.
As
inscrições, que poderão ser feitas online ou por email, irão até o dia 20 de
agosto de 2013.
Recentemente,
participamos da 10ª Volta do Lago 2013,
uma corrida de revezamento realizada no mês de junho em Brasília. Passada a
euforia e o calor das emoções, amadurecemos os pensamentos para compartilhar
com vocês como foi essa experiência.
Imagem 1. Logo da prova.
O
revezamento já é uma modalidade comum no mercado de corridas. Trata-se
de uma atividade repleta de desafios e benefícios para quem corre, ao fortalecer
a integração entre os participantes, e também, para quem organiza, ao estimular
a entrada de novos praticantes neste mercado.
A
modalidade é reconhecida por exercer sobre os atletas um forte e positivo
efeito psicológico, que atua como “fatores exógenos”.Por exemplo, o clima de festa e de
confraternização, combinados com comprometimento, espírito de equipe, entre
outros, podem produzir resultados melhores do que os obtidos individualmente.
A
“Maratona Pão de Açúcar de Revezamento”, é uma das pioneiras neste segmento. Nas
distâncias de 21 e 42 km, o revezamento é um forte estímulo para que os iniciantes
experimentem uma distância maior, além de ser uma porta de entrada convidativa
para quem está apenas começando.
Atualmente,
a tendência está em apostar nas ultradistâncias, que possibilita cada atleta
percorrer trechos diferentes de um longo percurso. Em desafios como esses, vale
destacar que o revezamento pode não ser tão simples assim, pois dependendo da
formatação da prova, pode ser necessário que o atleta apresente a resistência
de um maratonista.
Está
é a tônica presente em dois eventos famosos do Brasil: a “Volta à Ilha” de
Florianópolis e a “Nike 600 k”, que liga São Paulo ao Rio. São dois bons
exemplos de ultramaratona disputada na forma de revezamento.
Outras
corridas com formatos parecidos também vêm caindo no gosto dos corredores de
outros estados. No Centro-oeste, temos a “Volta do Lago” em Brasília, com
percurso de 100 km e, agora, se fala também no “Desafio Goiânia – Brasília”, com
percurso aproximado de 200 km.
A
“Volta do Lago” foi inspirada na “Volta à Ilha” e já está na 10ª edição. A
prova possui características que permite reunir atletas de diferentes níveis, dos
mais experientes até os novatos, uma vez que pode ser realizada individualmente
(100 e 60 km) ou em equipes de 2, 4, 6 e 8 corredores, em diferentes categorias.
Ao
todo, são distribuídos 14 trechos entre 3 a 11 km, com altimetria variável e que
mesclam percursos de asfalto e circuitos cross-country,
ambos com subidas e descidas. Portanto, trata-se de uma prova que possui desafios
para todos os gostos.
Detalhes
técnicos e maiores informações sobre essa prova podem ser obtidos nos links
abaixo:
Em
2012 formamos um quarteto com atletas experientes, mas que ainda não haviam enfrentado
essa prova. Por motivos de agenda pessoal, não pudemos repetir a experiência
com o mesmo grupo. Assim, em 2013 voltamos a enfrentar o desafio com um novo quarteto
masculino, formado pelos atletas Edimilson (o capitão), Donizette, Hugo e Nilo, o que vos relata.
Imagem 2. Chegada dos atletas Donizette, Nilo, Hugo e Edimilson (da esquerda para a direita)
Foi
um novo aprendizado, em várias dimensões. Não é objetivo aqui
pormenorizar tudo o que vimos ou aprendemos em cada um dos trechos percorridos,
mas compartilharemos a seguir, o que consideramos ser mais importante. Vejam a seguir um vídeo com o resumo de como foi nossa participação.
Vídeo 1. 10a Volta do Lago de Brasilía
Nosso
primeiro desafio foi definir em qual modalidade inscrever: dupla, trio,
quarteto, sexteto ou octeto? Sabemos que, quanto maior o número de integrantes,
maiores são as chances de dificuldades. Optamos pelo quarteto. Definida a
equipe e o líder, passamos a trabalhar a prova em si. Montar uma estratégia a
partir da formação da equipe foi o nosso segundo desafio.
Como
o percurso não é igual para todos, foi necessário trabalhar os pontos fortes e
fracos de cada atleta para alocá-los em cada trecho a ser percorrido. Também,
tivemos que considerar outros fatores como a logística de carro, a alimentação,
a hidratação, entre outros. Da
experiência anterior, sabíamos que poderia haver problemas em todos esses
quesitos. Cada um deles precisaria ser bem administrado.
Portanto,
para nós, os desafios começam muito antes da largada. Mesmo estando com tudo
planejado, em uma corrida de 100 km, com mais de 7 horas de duração, correr é
apenas um detalhe, pois muita coisa pode acontecer, como de fato aconteceu.
Por
exemplo, no calor da prova, de nada adianta a equipe possuir um atleta mais
rápido, se ele não estiver no seu melhor dia. Da mesma forma, de nada adianta
ter a melhor equipe se não houver respeito, boa vontade e tolerância entre os
atletas.
Em
2013, apesar de estarmos com um bom planejamento em mãos, por fatores
inesperados, como o fato de ter um atleta que se lesionou logo no início da
prova, tivemos que rever toda a nossa estratégia de revezamento em função de
intercorrências. Apesar disso, lutamos bravamente e cada um pode oferecer o
melhor de si para superar os desafios.
É
preciso estar preparado para tudo ou, quase tudo! Os resultados alcançados por
nossa equipe e os principais destaques de nossa participação podem verificados
na tabela disponibilizada abaixo e também no vídeo que acompanha esta
publicação.
A
seguir, encontra-se em destaque o que gostamos e o que não gostamos da prova.
O que gostamos?
Uma das características
positivas da prova é o verdadeiro clima de festa. Apesar de todos os atletas
estarem buscando o seu melhor, para alcançarem uma boa colocação, eles não
deixam de serem cordiais uns com os outros.
Conforme destacado
anteriormente, as dificuldades na prova aumentam na mesma proporção do número
de participantes. Por isso o trocadilho no título dessa matéria: um é ruim,
dois também, três é ...
Quando a participação ocorre em
duplas ou trios o regulamento oferece uma boa margem de flexibilidade para os
atletas cumprirem os seus trechos, o que não ocorre quando se muda para uma
modalidades como o quarteto, onde os atletas não podem correr dois trechos
simultaneamente.Há um revezamento
forçado, o que não ocorre na modalidade trio.
Em 2013, a organização trouxe
como novidade a adoção de um GPS para os quartetos, o que consideramos um ponto
positivo, pois se evitou “desvios” de atletas pelo caminho, apesar deles terem
que gastar um tempo maior a cada transição realizada por causa do GPS.
Imagem 3. Dificuldade de uso e transporte do GPS cedido pela organização.
De
qualquer forma foi positivo, pois se conseguiu apresentar o tempo das equipes
trecho a trecho. Aqueles que não tinham GPS pessoal puderam, ao menos, saber
qual foi sua real participação. Outra contribuição foi ter retirado da equipe a
preocupação com a cronometragem.
O que poderia ser melhorado?
Iniciamos pela confecção, em
baixa escala, de camisetas de tamanho médio. Os atletas de outros Estados,
quando foram retirar os seus kits encontraram somente o tamanho “G”. No ano
passado também houve problemas com a confecção de camisetas de baixa qualidade
e fora do padrão.
Imagem 4. Por falta de camisetas masculinas no tamanho médio (M), alguns atletas optaram pelas femininas.
É necessário que a organização faça
um trabalho de acompanhamento e conscientização de apoiadores ciclistas que acompanham
os corredores, pois eles atrapalham muitos atletas, tanto na rodovia, ao
impedirem e dificultarem a ultrapassagem sobre os mais lentos, quanto nos
trechos cross-country, que possuem obstáculos
naturais e improvisados para serem transpostos. Por exemplo, no Trecho 11, após
o Pontão do Lago Sul, os atletas precisavam passar por debaixo da Ponte Costa e
Silva, em uma escada improvisada, que permitia a passagem somente de uma pessoa.
Ao chegarem lá, havia ciclistas descendo, carregando suas bikes e atrapalhando
os corredores. Um dos integrantes de nossa equipe foi surpreendido e atrapalhado.
Ele chegou a cair na beira do lago.
Imagem 5. Ciclistas: uma questão a parte.
Imagem 6. Ciclistas: uma questão a parte.
Também é necessário que a
organização seja mais severa com as equipes cujos veículos de apoio atrapalham
a transição, tanto nos pontos de integração, quanto na área destinada a
passagem dos atletas. Em alguns casos, eles quase atropelam os atletas, bem na
frente dos staffs, que não fazem nada,
a não ser ficarem olhando. Ocorreu conosco ao chegar ao “Piscinão” e, também,
em outros PIs.
Imagem 7. Confusão e congestionamento nos PIs.
Gostaríamos de sugerir que seja
reavaliado o PI 14, o menor de todos os trechos, com 3,720 km. Este ponto, de
difícil acesso, chegou a prejudicar algumas equipes. Veículos de apoio,
especialmente de atletas de fora de Brasília, se perderam por lá, pois existe
uma dificuldade natural do trânsito da cidade, o que dificultou chegar ao local
estipulado. Talvez seja melhor que este ponto possa ser colocado após a L2 ou
no inicio do Eixão.
Hoje
temos a certeza de termos enfrentado todos os desafios com bravura! Aprendemos
que é por meio deles que nos fortalecemos. Nós amadurecemos enquanto equipe.
Pudemos trocar o “eu” por “nós”, passamos a nos sentir mais corresponsáveis
pelos resultados (bons ou ruins), esquecer as desculpas, as lesões e doar 100%
de nosso esforço. Esse foi o nosso maior troféu!
Abaixo
plotamos uma tabela com o resumo de nossa participação, com o tempo total de
prova (1), o tempo utilizado em cada trecho (2), a quilometragem de cada trecho
e o ritmo de cada atleta (4).
Imagem 8. Tabela com os detalhes de nossa participação (Clique para ampliar)
* Tempo perdido por desencontros no
último trecho +/- 15 minutos
Em
nossa concepção, de 1 a 5, a média de nota do evento foi 3. Para aqueles que
buscam por maiores detalhes, apresentamos a seguir, uma tabela com os critérios
gerais de avaliação da prova. Esperamos que em 2014 muitos dos pontos
observados possam ser reavaliados e corrigidos.
Evento: 10ª Volta do Lago de Brasília
Avaliação da Corrida (1-péssimo 2-ruim 3-regular 4-bom
5-excelente)
QUESITOS
NOTA
OBSERVAÇÃO
1.Inscrição
3
Para
melhorar, o site precisaria salvar
os dados individuais um a um, pois se o grupo for de oito, enquanto não se
digitar os dados dos oitos componentes não se confirma a inscrição. Se houver
algum problema com a internet tem-se que começar tudo novamente.
2.Retirada do kit pré-prova
2
Precisa
melhorar nos tamanhos das camisetas. Asde tamanho “M” nunca estão disponíveis
para os de fora do DF.
3.Acesso
3
Se a
pergunta é acesso ao local de largada/chegada está bom, mas se é aos PIs
(Pontos de Integração) está precisando melhorar ainda mais a estrutura da
prova. No PI 4 havia muitas pessoas atrapalhando e o local ainda era difícil
de se estacionar. No PI 14 a chegada do substituto tem de ser rápida,
pois o trecho anterior é pequeno (pouco mais de três Km). Além disso, o PI é muito
escondido e de difícil acesso aos carros.
4.Banheiros Químicos
2
Em todos
os PI sem exceção deveriam ter banheiros.
5.Largada
2
Precisa
melhorar. Não havia nenhum funil de largada e os corredores ficavam
misturados com os não corredores.
6.Hidratação
3
Pode
melhorar bastante, especialmente pelo valor pago na inscrição. Exemplo:
oferecer também carbo-hidratos do meio da prova para o final, pois nestas
etapas a maioria das equipes tem corredores muito desgastados pelo cansaço e
fadiga. Só água não resolve.
7.Percurso
4
Bom, mas
pode melhorar para fechar pelo menos os 100 km. No total foram apenas 99.590
metros.
8.Sinalização
3
Pode
melhorar colocando pelo menos uma placa de indicação da distância do próximo PI.
Os atletas que estão sem GPS ficam sem noção da distância que falta para a
troca. Por isso não sabem se podem ou não fazer um SPRINT. Com esta medida
certamente a prova ficaria mais rápida, pois todos dão sempre um pouquinho
mais na reta final quando sabem a quantos metros está sua meta.
9.Segurança/Isolamento do Percurso
3
Pontos de
integração com pedestres atrapalhando chegada e largada dos atletas, PI 4 e
PI 6.
10. Staffs
3
Precisam ser mais rigorosos com o
público e veículos que atrapalham os atletas.
11.Participação do público
3
A
organização precisa em cada PI colocar um fiscal só para orientar o público a
não atrapalhar.
12.Chegada/Dispersão
3
Conforme
já avaliado tem muito a melhorar
13.Entrega do kit pós prova
3
O Kit
pode ser melhorado com pequenos brindes, melhor hidratação e frutas
(gastronomia).
14.Qualidade do kit pós prova
3
A
qualidade é boa, mas precisa melhorar a quantidade de itens.
15.Camiseta
2
Não havia
o tamanho médio (M) para os visitantes.
16.Medalha
5
Pode
melhorar, falta criação, inovação.
17.Divulgação dos Resultados
4
Falta de agilidade na divulgação dos
dados. Se todos usamos GPS porque não disponibilizar um mapa?
TOTAL
51
MÉDIA:
3
Obs.: Essa é uma avaliação individual e reflete somente a
opinião de nossa equipe.