A Corrida e o Envelhecimento
ABSTRACT: Running
influences the aging process. In general, physical activity provides many
benefits in the long term. Perhaps the biggest one is to increase the survival
of a former sedentary. Run still slows the effects of aging, maintains
functional capacity, retards disabilities and, in particular, makes individuals
more healthy.
A
corrida surge para as pessoas em diferentes fases da vida. Independente disso,
ela se constitui uma prática saudável e deve ser realizada com prazer. Em
recente artigo publicado nesse blog desenvolveu-se uma análise para tentar
entender o papel limitante da idade na corrida (http://companheirosdecorrida.blogspot.com.br/2013/02/para-sempre-corredor.html
)
Nessa
análise, apresentaram-se dois exemplos de atletas bem sucedidos na terceira
idade: o atleta centenário Fauja Singh, que aos 100 anos ainda corrida maratonas e, o corredor canadense Ed Withlock, que aos
80 anos completou a Maratona de Toronto com incríveis 3h15min50seg. Dois casos
extremos, é verdade.
Mesmo
sendo dois casos raros, foram investigados, também, números de provas de longa
distância nos EUA e na maior prova de média distância no Brasil, a São
Silvestre. Ficou demonstrado que há muitos atletas que, para os padrões atuais
da sociedade são considerados “idosos”, participando destes eventos. A maioria do sexo masculino. Eles
correm e continuam sendo muito competitivos, mesmo quando comparado a atletas
mais jovens.
Duas
importantes questões ficaram pendentes: Como eles conseguiram chegar a essa
idade com tanta vitalidade e disposição para correr? Teriam encontrado a fonte da juventude? É o que se tentará
entender agora.
Para
ilustrar a matéria, é apresentado o caso da atleta
Imagem 1. A atleta |
A
corrida proporciona diversos benefícios para a saúde: faz perder peso ao diminuir
as medidas corporais, melhora o sistema cardiorrespiratório, a circulação
sanguínea, favorece uma boa noite de sono, melhora a postura e a aparência
física, desacelera o processo de
envelhecimento, retarda o
aparecimento de doenças degenerativas, aumenta o fôlego, a flexibilidade e
a força muscular, melhora a disposição sexual, a concentração e a disposição
para o trabalho, ajuda a construir boas amizades. Tudo isso, torna o ser humano
mais feliz.
Por outro lado, estudos
sugerem que acima dos 65 anos 70% das pessoas apresentarão pelo menos uma das
seguintes doenças crônicas: hipertensão, artrose, diabetes e doenças
vasculares. A boa notícia é que as atividades físicas podem atuar prevenindo o
surgimento dessas doenças.
A
saga do homem para retardar os efeitos do envelhecimento remonta desde as sua
origem. Foi na mitologia grega, que se criou o mito da Fonte da Juventude. Segundo a lenda, quem bebesse da água dessa
fonte, proveniente dos deuses, seria capaz de ganhar a imortalidade. Desde
então, o homem se tornou obcecado pela juventude e, consequentemente, a
imortalidade.
O
fato é que a fonte nunca foi encontrada. Ainda assim, resiste a busca
incessante do homem para conseguir retardar os efeitos do envelhecimento.
Inúmeras alternativas têm sido colocadas em prática, como as soluções
estéticas, uso de vitaminas, hormônio terapia, entre outras.
O
que se sabe é que a prática da corrida interfere diretamente sobre o
envelhecimento. Hoje é indiscutível que o exercício físico proporciona diversos
benefícios em longo prazo. Talvez, o maior deles, seja o de aumentar a sobrevida de um ex-sedentário.
Correr
é saudável! Ainda que seja uma atividade que produza alto impacto para o corpo,
a prática da corrida melhora diversos parâmetros que avaliam a saúde geral de
um indivíduo. O melhor de tudo isso, é que ela está ao alcance da grande
maioria das pessoas.
Fazer
atividade física regularmente trás uma série de benefícios físicos e mentais,
melhorando o bem-estar global do indivíduo. Tanto é, que os médicos prescrevem
o exercício físico para pacientes sedentários, além de indicá-los como
adjuvantes para tratamento da hipertensão, aterosclerose, diabetes e outras
doenças.
É
verdade que, de vez em quando, se ouve notícias sobre mortes súbitas envolvendo
atletas durante a prática de uma atividade física extenuante. Especialistas
garantem que não há necessidades de alarme. Muitas vezes trata-se de pessoas
que não fizeram um check-up
cardiológico previamente ou desconheciam alguma condição subjacente que
contra-indiciasse formalmente a realização de uma atividade física prolongada
para eles.
As
estatísticas sugerem que o risco de ocorrer uma morte súbita em pleno esforço
físico prolongado seja de uma morte a cada 50.000 participantes. Ou seja, quem
corre uma “prova de fundo” terá, em teoria, um risco na ordem de 0,002% de vir
a óbito. Felizmente, a verdade é uma só: a
corrida, infinitamente, tem feito mais bem para as pessoas, do que mal,
independentemente da idade em que se começou a praticá-la.
Infelizmente,
a introdução da atividade física na rotina das pessoas não é uma tarefa fácil e
exige muitos sacrifícios. Correr é
difícil! Cansa, exige disposição mental e física, machuca, deixa a
respiração difícil e ofegante, faz soar, dói, além de exigir tempo suficiente
na agenda do indivíduo para praticá-la. Começar a correr requer mudança no
estilo de vida, o que não é nada fácil.
É
verdade que a corrida não é o único esporte saudável. O ciclismo, a natação,
futebol, entre outros também conferem amplos benefícios e, podem até parecer
mais agradáveis. Entretanto, apesar do aparente espírito solitário, a corrida
proporciona benefícios singulares. Ela se configura como uma das atividades
mais completas para o desenvolvimento do sistema cardiorrespiratório.
Além
disso, um de seus segredos é que ela pode ser competitiva ou não. É o corredor
quem decide o que quer dela! É um esporte barato e ideal para toda a família e,
talvez, o mais democrático de todos. Por isso, não havendo uma contraindicação formal, todos podem praticá-la, independente
da idade! Não importa se está fora de forma, se é velho ou gordo. Com uma
preparação adequada e alguns cuidados, todos podem correr.
Ao
adotarmos a corrida, exercitarmos regularmente e seguirmos as boas práticas de
saúde, conseguiremos viver mais. Estudos sugerem que um modo de vida focada na
boa forma física, pode estender a vida em seis a nove anos.
Não
se quer dizer que a corrida irá deixar alguém de 70 anos com a cara de um
quarentão ou quarentona. Todavia, a prática regular da atividade pode ajudar e
muito a desacelerar os efeitos do envelhecimento sobre essa pessoa, manter a
sua capacidade funcional, retardar as incapacitações e, sobretudo, torná-lo (a)
mais saudável.
Sem
dúvida alguma, o progresso e os vertiginosos avanços científicos também
contribuem para o aumento da expectativa média de vida. Infelizmente, o que
precisa ser compreendido é que, apesar do ser humano estar vivendo por mais
tempo, isso não quer dizer que ele esteja vivendo melhor. O que está sendo
estendido é a capacidade do homem lidar com as doenças crônicas. Porém, a
rigor, com a inserção da atividade física regular, esse ganho em longevidade
poderá ser alcançado com muito mais qualidade.
No
modelo da sociedade atual é mais desejável ser jovem do que velho. Neste ponto,
a prática de exercícios pode exercer um importante papel. Como se sabe, a
corrida melhora diversos parâmetros que avaliam a saúde geral de um indivíduo,
especialmente a frequência cardíaca, a habilidade no processamento do oxigênio,
a força de bombeamento de sangue do coração e a resistência vascular
periférica. Todos esses fatores se constituem em indicadores comumente aceitos
para se avaliar o envelhecimento.
No
Brasil, segundo o estatuto do idoso, são consideradas idosas as pessoas com idade
igual ou superior a 60 anos. Felizmente, hoje está consagrado que ser ou não
idoso é uma questão que está na “cabeça” das pessoas e as maiores barreiras
para se alcançar os objetivos estão dentro delas próprias.
Ainda
é comum presenciar os mais jovens a desprezar e descartar os mais velhos, como
se fossem incapazes de qualquer tipo de contribuição. São concepções equivocadas,
o que pode levar os mais velhos a sentirem-se cada vez mais miseráveis e
inúteis. Muitas vezes isso passa despercebido e, se faz muito pouco para
impedir que isso aconteça. Além de ser uma atividade saudável, a corrida pode
despertar nesse indivíduo, agora sexagenário, o prazer de sentir-se vivo.
Porém,
não demore a tomar uma decisão. Independente da idade que começar a correr, é
importante que faça isso com regularidade, para que alcance todos os benefícios
fisiológicos proporcionados pelo esporte. Se começar mais tarde, os benefícios
serão proporcionalmente menores.
As escolhas que fazemos hoje são
responsáveis por sua saúde no futuro. Os estudos demonstram que o homem
ganhou cerca de 20 anos de vida em duas gerações. A pouco tempo atrás vivia-se
até os 56 anos. Atualmente chega-se aos 80 facilmente. Estudos apontam que
ainda nesse século, o homem poderá viver bem até depois dos 100 anos.
Os
dados apresentados na matéria anterior, ainda indicam que nestes anos
adicionados, o homem geralmente tende a viver melhor do que a mulher. Um dos
segredos pode estar na prática frequente de atividade física, pois nesse
quesito, as mulheres ainda ficam para trás.
O
ideal é não medir esforços para dar uma direção positiva ao processo de
envelhecimento. Esse processo pode e deve ser realizado com dignidade. Para
isso é necessário cultivar hábitos saudáveis, fazer exames rotineiros para a
detecção precoce de doenças, controlar o fumo e o álcool, ter uma dieta
adequada e, principalmente, aderir aos exercícios físicos.
Morrer
é uma condição natural da vida. Todos os indivíduos envelhecem e morrem. O que
é necessário é escolher se queremos ter nos últimos 10 ou 20 anos que nos
restam, uma vida saudável ou não! Ninguém precisa morrer após anos de
sofrimento e dor.
Boas
corridas!
Fontes de
Apoio:
KING, Ana; MAINOUS, Arch G; GEESEY,
Mark E. - Turning Back the Clock: Adopting a Healthy Lifestyle in Middle Age.
Department of Family Medicine, Medical University of South Carolina,
Charleston, SC.
Estatuto
do Idoso
Revista
Contra Relógio – Ano 18 – No. 199 – Abril 2010
Revista
Contra Relógio – Ano 19 – No. 219 – Setembro 2011
Revista
Contra Relógio – Ano 19 – No. 219 – Dezembro 2011
Reista
Contra Relógio – Ano 20 – No. 232 – Janeiro 2013
Revista
O2 – No. 097 – Maio 2011
Revista
Runner’s World – junho 2011
Revista
Runner’s World – outubro 2009