7ª Corrida Cross Country de Brazlândia
Foi
uma grata surpresa ter conhecido e, participado da 7ª Corrida Cross Country de Brazlândia. A surpresa foi em função de
ter encontrado uma corrida, quando, praticamente, quase todos os calendários de
corridas já haviam sido finalizados. Como iria passar o feriado do Natal em
Brasília, resolvi dar uma olhada no calendário local, e acabei descobrindo
esta prova.
Imagem 1. Após o final da prova. |
Há
certas coisas que acontecem na vida de um corredor que são muito engraçadas.
Esta foi mais uma delas. Na internet, foram disponibilizadas algumas
informações: o dia - 22 e dezembro de 2012; o horário - 09:00 horas; o valor da inscrição, R$13,00 (que poderia ser
feita no local); o contato – procurar o Marcão; e o local: atrás do Posto Ipiranga
em Brazlândia. Parece brincadeira, pois como nos comerciais, um Posto
Ipiranga tem sido referência para diferentes atividades e necessidades.
No
dia e horário marcado, lá estávamos nós. Estacionamos o carro no Posto Ipiranga
e, de longe, avistamos um pequeno grupo de corredores. Há uma identificação
inata que permite que um corredor conheça outros corredores, somente de olhar.
Ao me aproximar vi que eles estavam ali exatamente fazendo a inscrição.
Aproveitei para me inscrever e ao, mesmo tempo, conhecer os novos companheiros.
Ah, outro detalhe, o Marcão estava lá estava soltando fogos de artifícios para comunicar e indicar o local da corrida.
Imagem 2: Ao lado do companheiro Marcão. |
Foi
quando conheci o organizador dessa prova, que já se encontra em sua 7ª edição. Foi
incrível perceber que eu estava prestes a experimentar o verdadeiro “Espírito
da Corrida”. Fui encontrá-lo ali, naquela prova simples e com poucos
competidores. Contudo, havia algo diferente ali. Algo difícil de encontrar, até
mesmo nas grandes corridas de rua organizadas pelo país afora. Havia
muita empolgação
Foi
tudo muito simples, mas muito bem organizado. Para esta prova, que teve um
valor simbólico de inscrição, o Marcão conseguiu medalhas, números de peito,
troféus (e que troféus), percurso bem demarcado, hidratação, etc. Faltou apenas
o sistema de cronometragem, mas não tem problema não: foi no sistema antigo
mesmo. Funcionou perfeitamente.
O
fato das inscrições terem sido feitas no próprio local, gerou um pequeno atraso
na largada. Nesse meio tempo, os atletas
puderam fazer o aquecimento necessário. Infelizmente, apareceram poucos
atletas, e havia condições suficientes para receber muito mais.
Chegado
o momento da largada, o também corredor “Marcão” reuniu todos em um círculo e
nos contou um pouco da história dessa prova. Segundo seu relato, o objetivo principal é o de resgatar alguns dos valores esquecidos na organização
das corridas, que vem se tornando cada vez uma atividade de marketing.
O
principal objetivo destacado e, que pudemos reconhecer ao final da prova, era o
de que ninguém estava ali por dinheiro. Antes da largada, ele nos passou as
instruções. Esclareceu que, oficialmente, a prova é de 7 km
realizados em estrada de terra. Entretanto, naquele dia, correríamos apenas 6,
400 km, pois parte do percurso estava alagado, o que comprometia a segurança
dos atletas.
Sem
dúvida alguma, foi um gesto muito honesto. Em outras provas “bem organizadas”
normalmente, os corredores somente ficam sabendo que o percurso foi menor, depois
de conferirem os dados de seus GPS, ou após atingirem um tempo de prova bem
menor do que o tempo habitual.
Antes
da largada, marcada por novo estouro de um foguete de 12 tiros, os atletas,
ainda em círculo, fizeram a oração do “Pai Nosso”.
Imagem 3: Grupo de atletas se reunem para o "Pai Nosso". |
Esta
foi a primeira vez que participei de uma corrida cross country. Uma prova muito diferente de uma corrida de rua
convencional. Somente quando esfriei meu corpo é que pude perceber isso. A estrada de “chão batido” exige bastante da
musculatura que normalmente não é exigida em uma corrida sobre o asfalto.
Uma
coisa que se aprende nesse tipo corrida cross country é que, tudo o que desce,
sobe. Com relação ao percurso, largamos em uma leve descida, que se estendeu
por cerca de 1,5 km. Depois, houve mais 1,5 km planos. Para finalizar a subida
e, dá-lhe subida. O mais interessante de uma corrida destas está na
possibilidade que o atleta possui de ouvir o seu próprio corpo. Não há barulho
algum, a não ser, o canto dos pássaros, o vento que sopra ou a batida dos
passos no chão. No entanto, a percepção de esforço, nesse cenário, é bem
diferente.
O
percurso foi muito bem demarcado. Nos pontos críticos, havia uma fita zebrada,
ou o próprio Marcão que seguia a frente com uma motocicleta orientava. De
qualquer forma, correr tendo como pano de fundo um cenário natural é muito
gratificante.
Conhecer
e participar dessa prova fora uma grata surpresa. Parabéns ao Marcão e a todos
os participantes.
Fica
aqui o nosso convite para quem ainda não teve a oportunidade de conhecer essa
prova, que a conheça! Não tenham dúvidas, valerá a pena. Ano que vem tem mais!
Imagem 4. Grupo de atletas reunidos após a prova. |
Um
grande abraço e boas corridas!