O Corredor Iniciante
As
provas de 5 e 10 km são importantes na vida de um corredor, pois constituem a
porta de entrada para a maioria dos iniciantes na corrida de rua. Vencido
o desafio dos 5 km, rapidamente, a maioria já pensa em migrar para os 10 km e,
os apelos para se correr 10 km, são muitos.
As
estimativas com relação ao número de praticantes de corridas de rua no país são
muito polêmicas e, quase sempre, não citam fontes muito confiáveis. Estima-se mais de quatro milhões de corredores no Brasil. Para mantê-los
motivados são realizadas mais de 600 competições anualmente. Destas, 25% são
provas de 10 km, realizadas predominantemente na região sudeste.
Uma prova de 10 km exerce fascínio
sobre os corredores. A distância é a medida exata para se trabalhar
dentro dos limites de velocidade e resistência. Trata-se de uma quilometragem,
cujo treinamento não sobrecarrega a rotina, entretanto, sua preparação requer
planejamento. Sendo uma ótima combinação de velocidade e resistência, essa
distância ajuda a perder peso e adquirir um bom condicionamento físico.
Apesar
do número crescente de praticantes de corridas de rua no Brasil o que, conseqüentemente
torna o mercado de corrida de rua um segmento cada vez mais lucrativo e atraente, um
aspecto comum, inerente à realidade de grande parte dos corredores brasileiros
é o fato se iniciar na atividade sem uma correta orientação. Muitos simplesmente
começam a correr.
Se lançam nessa "aventura" sem sequer fazer o check-up médico necessário para se iniciar na
atividade esportiva com uma boa margem de segurança. Outro aspecto importante e, mais
negligenciado ainda, é o fato destes iniciantes não se cercarem de profissionais
que possam dar-lhes maior apoio à cada etapa de seu desenvolvimento. Seja, um profissional de Educação Física, um Nutricionista, etc. Eles são fundamentais na formação da base do futuro atleta.
Em
longo prazo, a combinação desse cenário pode gerar estagnação no desempenho, recorrência na
incidência de lesões e, até mesmo, a desmotivação do corredor, o que pode levá-lo, inclusive,
a abandonar a prática da atividade que se iniciou de forma tão prazerosa. Essa é a
realidade de muitos corredores no Brasil.
Quando
se fala em desempenho, um atleta iniciante, mesmo de forma improvisada, em sua
primeira prova de 5 km costuma levar de 27 a 30 minutos para concluí-la. Em três
a cinco meses, ele já quer experimentar uma nova distância. A prova de 10 km é
a preferida.
Em sua estréia nos 10 km, eles costumam levar de 50 a 60 minutos para concluí-la. Com poucos meses de treinos, suas marcas caem substancialmente. Podem passar para menos de 25 minutos nos 5 km e de 45 minutos nos 10 km. Mais alguns meses, eles já pensam em estrear em provas mais longas, como os 21 km (meias maratonas) e os 42 km (maratonas).
Em sua estréia nos 10 km, eles costumam levar de 50 a 60 minutos para concluí-la. Com poucos meses de treinos, suas marcas caem substancialmente. Podem passar para menos de 25 minutos nos 5 km e de 45 minutos nos 10 km. Mais alguns meses, eles já pensam em estrear em provas mais longas, como os 21 km (meias maratonas) e os 42 km (maratonas).
Mesmo
sem a correta orientação de um profissional para ajudá-los na formação da base,
os ganhos obtidos em desempenho são tão grandes entre as primeiras marcas e as
posteriores, que parece haver um abismo entre elas. De fato há um abismo. Entretanto,
em muito pouco tempo, sem orientação individualizada por um profissional e, conseqüentemente,
sem uma base bem construída, o corredor geralmente cai na “armadilha da
estagnação do desempenho”.
Com
exceção dos atletas de alto desempenho, que se iniciam na prática da atividade
esportiva cercados de toda a orientação possível, a história da maioria dos corredores
é sempre a mesma.
Valeu a Pena!
Essa
também foi a minha história. Em 2011, participando de provas em Goiânia e em
Brasília, minha marca pessoal na distância de 10 km não saia do lugar. Oscilava
sempre entre 42 a 41min, dependendo do percurso.
Para
muitos atletas fazer 10 km em menos de 40 minutos pode parecer uma tarefa fácil. Tenho vários companheiros que conseguem, até com um tempo bem
menor. Entretanto, essa não era a minha realidade. Só para se ter idéia do tamanho
do desafio, tomarei como exemplo a 27ª Tribuna
de Santos, considerada uma das maiores e mais rápidas corridas na distância
de 10 km da América do Sul. Em 2012, a corrida envolveu quase 16 mil
participantes.Destes, 8.768 eram atletas do sexo masculino. Menos de 5% deles conseguiram fechar os 10 km abaixo de 40
minutos. Portanto, um sonho de meta para
muitos!
É com muita admiração que eu observo os corredores que conseguem fechar os 10 km abaixo
de 40 minutos. De certa forma, ser sub 40 em uma prova de 10 km virou objeto do
desejo e tornou-se parte de meus objetivos pessoais no mundo da corrida.
Também
fui vítima da estagnação. Mesmo treinando forte, dia sim, dia não, os ganhos
obtidos em desempenho eram pequenos: alguns segundos a mais, ou a menos. No
fundo, imaginava que em, algum dia, alcançaria esse objetivo. Foi quando surgiu
o desafio proposto pela Revista Contra Relógio em estimular os atletas a
alcançarem seus objetivos pessoais em diferentes marcas: 10, 21 e 42 km.
A
princípio relutei em aceitar o desafio proposto pela revista, pois depois de
tanto treinar, aprendi na prática que é muito mais fácil progredir de 45 para
42 min., do que sair de 41 para 40 minutos na distância de 10 km. É outro abismo enorme.
Esse
foi o principal diferencial do Desafio CAIXA - Contra Relógio: motivar os corredores a
buscarem suas marcas pessoais em diferentes distâncias em provas oficiais no Brasil. Ao todo, foram cerca de mil corredores inscritos. Eu fui um
deles. De acordo com as regras estabelecidas pelo desafio, não seria suficiente
para comprovar o êxito apenas informar a marca. A Competição teria que ser
oficial com o percurso aferido.
Imagem 1. Frente da camiseta Desafio CAIXA - Contra Relógio 2012 |
Imagem 2. Verso da camiseta Desafio CAIXA - Contra Relógio 2012 |
Aqui
vale fazer menção a outro artigo postado neste blog anteriormente (http://companheirosdecorrida.blogspot.com.br/2012/10/4-meia-maratona-de-goiania.html).
Trata-se dos valores exigidos na forma de inscrição para estas provas. Ao pagar
sua inscrição, o atleta não está apenas “investindo em sua saúde”. Ele compra
um serviço. Ele contrata uma determinada empresa para controlar algumas das
principais variáveis externas que possam afetar o seu desempenho e poder se
concentrar somente no “puro espírito da
corrida”.
Ele
“adquire” o direito de ter uma corrida monitorada, segura, aferida e com o seu
tempo devidamente cronometrado. Ele não pede por um favor. Ao contrário, ele
paga caro por isso. Trata-se de uma prestação de serviços. Se algo não sai a
contento, ele tem o direito de reclamar.
Retornando
ao foco desse artigo, a princípio acreditava que um dos motivos pelo qual eu
não conseguia alcançar a marca desejada era em função do perfil altimétrico das
corridas de rua de Goiânia e Brasília, que geralmente envolvem percursos com muitas
subidas.
Essa
foi uma das razões que me inspirou a me inscrever na Corrida da Tribuna de
2012, além da vontade de conhecer pessoalmente essa prova, considerada uma das
maiores na distância de 10 km. Pessoalmente,
foi uma das melhores experiências que vivi no mundo da corrida. Tanto é verdade
que a chamei de: “A corrida Perfeita” (vejam mais detalhes em: http://companheirosdecorrida.blogspot.com.br/2012/05/27-10-km-tribuna-fm-unilus.html).
Imagem 3. Em Santos, durante a 27a Corrida da Tribuna 2012: " A prova perfeita!" |
Infelizmente,
não foi lá que consegui realizar meu sonho de ser “sub 40”. Bati na trave, mas
valeu muito a pena ter participado. Mesmo correndo, ainda em fase de
recuperação de uma lesão, consegui fechar a prova com o tempo líquido de
40min48segundos. Quase! Não desisti. Continuei treinando.
Finalmente,
consegui realizar esse sonho em um local onde eu não achava que seria possível.
Foi durante o Circuito de Corrida Pague Menos – Etapa de Goiânia – realizada no
dia 26.08.2012, onde alcancei a marca de 39min40seg. Posteriormente, consegui
ratificar a marca durante o Circuito Nacional de Corrida dos Carteiros - Etapa
de Goiânia - realizada no dia 12.10.2012. Ambas realizadas sobre um circuito
com perfil altimétrico muito exigente.
Imagem 4. Durante o 3o Circuito de Corrida Pague Menos - Etapa Goiânia 2012 |
Imagem 5. Durante o Circuito de Corrida dos Carteiros - Etapa Goiânia 2012 |
Valeu
a pena esperar!
Os
nossos agradecimentos e os Parabéns à Revista Contra Relógio e a CAIXA pela iniciativa
na criação do Desafio Sub 40.
O
histórico de um corredor, geralmente é o histórico de muitos outros. O “desafio”
é, e sempre será, uma fonte de estímulo e motivação para todos os atletas que
buscam nele uma fonte inesgotável de inspiração.
Conseguir
alcançar a marca pessoal em casa, não tem preço!
Um
grande abraço e boas corridas!
Fontes de Apoio:
Revista Runner´s – Edição 34 –
agosto de 2011.
Revista Contra Relógio – Ano 19 –
No 224 – Maio de 2012.
Parabéns Nilo, por ter conseguido superar mais este desafio, acompanhei o seu esforço e sei o quanto foi grande.
ResponderExcluirValeu Rene!
ResponderExcluirEstamos trabalhando juntos na superação deste desafio.
Agora, mais importante que superar é manter o desempenho alcançado.
Um grande abraço e boas corridas!
Nilo
Que maravilha, amigo ! Meus parabéns! Meu carinho e bons treinos.
ResponderExcluirIvana,
ExcluirMuito obrigado pelo apoio!
Um grande abraço e boas corridas para você também!
Nilo
Parabéns grande Nilo, realmente esse desafio foi muito motivador, eu com um ano de corrida achava que nunca seria sub-50 e consegui na corrida noturna o Popular, agora treinar muito para ser sub-45 e quem sabe um dia ser um sub-40, mais sei que e difícil, abs.
ResponderExcluirAdvaldo,
ExcluirO segredo está na construção da base.
Em se tratando de corrida, tudo é difícil, mas não impossível.
Esse é o grande "lance" da corrida: não competimos com os outros. Ao contrário, competimos contra nós mesmos.
Espero que você alcance seus desafios pessoais.
Com uma orientação correta, muito treino e dedicação, se chega lá!
Um grande abraço!
Nilo
Grande análise. Meus parabéns. É de grande incentivo para um caso geriátrico de 55 anos como eu que está voltando após 12 anos de sedentarismo. No momento, estou deixando o relógio de lado, e formando minha base pessoal de 50 minutos. Sem esquentar a cabeça, estou progredindo um pouco mais lentamento do que eu esperava, pois a conta de longo período de inatividade está sendo paga pelas panturrilhas. Mas eu chego lá! Um abraço.
ResponderExcluirCaro Amigo,
ExcluirVocê é que está de Parabéns pelo retorno à prática da corrida. Torna-se um exemplo a ser seguido.
No mundo da corrida, vemos muitos corredores com seus 55/60 anos correndo mais do que muitos jovens. Com certeza, um dos motivos disso está na construção da base. Você está construindo a sua. Siga em frente e boas corridas!