Loucuras de Corredor
Hoje se reconhece que a prática da
corrida proporciona diversos benefícios para a saúde: faz perder peso,
diminuindo as medidas corporais, melhora o sistema cardiorrespiratório, a
circulação sanguínea, favorece uma boa noite de sono, melhora a postura e a
aparência física, desacelera o processo de envelhecimento, retarda o
aparecimento de doenças degenerativas, aumenta o fôlego, a flexibilidade e a
força muscular, melhora a disposição sexual, melhora a concentração e
disposição para o trabalho, ajuda a construir boas amizades, o que, em síntese,
nos faz sentir mais felizes.
Nossa
sociedade está se tornando cada vez mais consciente dos benefícios físicos e
mentais proporcionados pelos exercícios físicos. Por meio da corrida, formamos
uma tribo que compartilha idéias, moda, hábitos e um estilo de vida mais
saudável.
Contraditoriamente,
a corrida também pode exercer outros efeitos sobre a vida das pessoas, pois ao
mesmo tempo em que ela liberta seus praticantes do sedentarismo, ela também
vicia e, pode, em determinados momentos deixá-los “loucos”. O fato é que, na
vida como na corrida, tudo o que é feito com exageros pode atrapalhar.
Como
um vício, um dos efeitos que a corrida pode produzir em seus “adeptos” é o
melhor sentimento de alegria, bem-estar e liberação de tensão que ninguém pode imaginar,
o que faz com que se deseje repeti-la novamente.
A
maioria dos corredores consegue controlar esse sentimento facilmente, mas não é
raro casos de atletas terem que se superar para passar por cima de lesões, do cansaço
físico e psíquico, de problemas com familiares ou com amigos, mau desempenho no
trabalho e, em situações mais extremas, até mesmo problemas de saúde ocasionado
pelo exagero.
Esse
foi o sentimento que esteve por trás do “Desafio
dos 100 km”. Um desafio que começou há
três anos como uma brincadeira entre um grupo de corredores, mas que hoje conseguiu
envolver e reunir “virtualmente” mais de 80 desses corredores “loucos”.
O
mais interessante foi que, independente de alcançar ou não a marca proposta,
todos estavam ali para se auto-desafiar.
Para muitos, 50 km semanais já seria mais do que suficiente. Para
outros, alcançar 200 km semanais também seria muito fácil.
A
idéia era que, não importaria onde o atleta estivesse. O importante seria
chegar ou até ultrapassar a marca dos 100
km. Para tanto, seriam somadas as distâncias percorridas na última semana
do ano, entre os dias 25/12 ao dia 31/12. Para que fosse válido o corredor
deveria, ao final de todo o treino, fotografar o seu GPS ou a marcação da esteira
em que treinou e, postar ou compartilhar com outros corredores para que pudessem
acompanhar as distâncias percorridas.
Mesmo
achando uma “irresponsabilidade” de
minha parte, pois o mais prudente e recomendado seria aproveitar o período de
férias para descansar o corpo, duramente castigado pelos treinamentos e
provas de 2012, resolvi aceitar o desafio proposto.
O
período alvo para cumprir o desafio coincidiu justamente com o período em que se
recomenda para a maioria dos atletas uma redução na carga de treinamento. Além
do mais, o período também coincidiu com as festividades de final de ano, o que aumentou
ainda mais o nível de dificuldade do mesmo.
Para
um atleta de alto desempenho, alcançar a meta de 100 km semanais já faz parte
de sua rotina. Alguns correm muito mais do que isso. Entretanto, para a maioria
dos “desafiados” e pobres mortais, acostumados a correrem de 40 a 60 km
semanais, alcançar essa meta imporia uma série de sacrifícios.
Durante
as postagens, vi que muitos companheiros participantes não passaram incólumes. Os
problemas mais comuns, como foi o meu caso, incluíram danos ou a perda de algumas
unhas. Mesmo estando distante, percebi o
comprometimento de cada “desafiado” em oferecer o seu máximo. Alguns correram
50, outros 80, outros chegaram muito próximos de 100.
Pude
acompanhar e ver alguns companheiros, mais ousados e com maior disponibilidade
de tempo, que chegaram a correr no período proposto entre 150 km a 190 km. Para
alcançarem essas marcas, eles tiveram que correr, no mínimo, uma meia ou, até
mesmo, uma maratona e meia, no mesmo dia. Com certeza, são fortes candidatos a
ultramaratonistas.
Um
desafio, onde não se avaliou o melhor tempo, ou o grau de dificuldade enfrentado
por cada um dos atletas. Alguns correram na esteira, uns enfrentaram fortes
ladeiras, outros correram em terreno plano, etc.
Um
desafio onde não houve troféus. Não houve prêmios em dinheiro e nem o
reconhecimento por categorias ou por faixa etária. Somente o prazer individual
de poder dizer: “Eu fechei o Desafio dos
100 km!”.
Da
minha parte, mesmo achando uma grande irresponsabilidade, para quem deveria
entrar em recesso e descansar, foram exatamente 100,550 km. Nem mais, nem menos.
Muito bem cumpridos e ao custo de duas unhas. Uma delas me complica a vida até agora.
Várias estratégias para alcançar esse objetivo poderiam ser traçadas. Correr 15 km diariamente, ou fazer essa rodagem dividida em duas ou mais vezes ao dia, seria a mais sensata delas. Entretanto, durante as férias com a família e, em deslocamentos constantes de viagem, tudo foi
mais difícil.
Irresponsáveis
ou não, uma coisa é certa: Todos são um
bando de loucos! Loucos por corrida.
Para
os próximos desafios fica como sugestão a divulgação de uma lista com o nome de
todos os “desafiados” participantes, com a quilometragem percorrida por cada um,
e o tempo utilizado para alcançar a rodagem informada.
Um
Excelente 2013 a todos!
Imagem 1. Correndo em Uberaba-MG |
Imagem 2. Correndo em Pouso Alegre-MG |
Imagem 3. Correndo em Uberaba-MG |
Imagem 4. Correndo em Uberaba-MG |
Imagem 5. Correndo em Uberaba-MG |
Imagem 6. Correndo no Rio de Janeiro-RJ. |
Imagem 7. Correndo no Rio de Janeiro-RJ. |
Imagem 8. Correndo no Rio de Janeiro-RJ. |
Imagem 9. Correndo no Rio de Janeiro-RJ. |
Imagem 10. Correndo no Rio de Janeiro-RJ. |
Imagem 11. Correndo no Rio de Janeiro-RJ. |
Imagem 12. Correndo no Rio de Janeiro-RJ. |
Imagem 13. Correndo em Pouso Alegre-MG. |
Imagem 14. Correndo no Rio de Janeiro-RJ. |
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