Feliz Dia dos Pais
Neste Domingo, comemoramos o Dia dos Pais. Para muitos, com certeza, será um
dia muito alegre. Pode ser que, para outros, seja apenas mais um “dia de
domingo”. Não sei como será para você, meu amigo. Para mim, será um dia muito
importante, de boas lembranças e, de muita reflexão! Este é o primeiro ano que
passo sem a presença de meu pai. Ele faleceu no último mês de novembro: o mês
que enfrentei a corrida mais difícil de minha vida.
Durante
a sua passagem por essa vida, posso assegurar que ele foi um bom exemplo e um
pai exemplar, daqueles que, sua correção verbal, doía mais que uma surra! Morando
em cidades diferentes, ele não chegou a me ver correndo. Quando falávamos sobre
o assunto, ele se lembrava de seus tempos de criança, quando corria lá na “roça”.
Tenho
lembranças muito especiais dele, em todas as etapas da vida. Uma delas está
relacionada à prática do esporte. Ele foi o primeiro a estimular, a mim e meus dois
irmãos, a jogar futebol. Lembro-me em diversas vezes de estarmos em um campo de
futebol, em um clube de nossa cidade, jogando bola juntos. Éramos apenas
crianças e, ele, um gigante, perto de nós.
É
como escreveu Artur da Távola:
“O pai, é o eu no outro. A perda dele é a retirada da rede
protetora no momento do salto... é o começo do balanço da própria vida. Num
segundo, entendemos tudo o que, durante a vida, nele nos parecia uma gruta de
mistérios. Seus objetos ganham vida, suas comidas preferidas passam a ter mais
gosto, suas frases adquirem o sentido que só o tempo e a repetição outorgam às
coisas”.
Hoje
eu sei que, mesmo se tivesse outra chance, eu não conseguiria dizer, ou mostrar
à ele, tudo o que eu gostaria.
Com
todo esse aprendizado, hoje tento também repassar bons exemplos para os meus
filhos, especialmente, tentando demonstrar na prática, os benefícios do esporte.
Já tentei fazer muitas coisas nessa vida. Entretanto, foi praticando a corrida,
esporte que adotei após os 40 anos, que descobri o tempo que perdi ao fazer
outras coisas.
A
corrida é uma modalidade na qual o atleta alcança não somente um bom
condicionamento cardiovascular, mas por meio dela, é possível alcançar valores que transcendem os benefícios
físicos. Muitos desses benefícios já estão descritos na literatura. Outros, nós
internalizamos ao aprendermos nas “ruas”, na prática, seja correndo em grupo,
com amigos, ou ainda de forma solitária. É um esporte completo, do ponto de
vista físico, ou psicológico.
A
corrida tem muitos mistérios que podem muito bem beneficiar a relação entre
pais & filhos. Uma delas foi descrita por Yllen Kerr, jornalista carioca e grande incentivador da corrida na
década de 70. Certa vez ele disse:
“A corrida é antes de tudo, uma atividade
alegre, uma arte que reconcilia o homem com o tempo, que pelo seu ritmo
musical, faz o homem maduro virar um jovem.”
É
essa reconciliação conquistada por meio da corrida é que permite pais e filhos
estarem juntos, independente da idade. Além do mais, que outro esporte
permitiria alguém com 70 anos correr lado a lado com alguém de 18 anos? Esse é
um dos mistérios e um grande aprendizado. E ainda poder ser reconhecido em uma
competição dentro de sua faixa etária específica.
Como
pais, temos a obrigação de pelo menos, tentar passar isso para nossos filhos. Caro
corredor, se você tem um pai presente, curta bastante esse “Dia dos Pais”. Se
não, permita-se refletir sobre esse tema. Mantenha-se firme na corrida e procure
sempre estimular seus filhos a seguir o bom caminho.
Figura 1. Com meu filho durante o aquecimento |
Figura 2. Meu filho, recebendo seu troféu em uma corrida local. |
Figura 3. Correndo em uma prova infantil. |
Figura 4. Alongando-se. |
Um
grande abraço!
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