sábado, 22 de junho de 2013

Maratona do Rio de Janeiro




Maratona do Rio: Dicas para uma Boa Prova


            A Maratona do Rio de Janeiro possui um dos percursos mais belos do Brasil. São 42 km praticamente planos e predominantemente na orla marítima. Poucas provas no país são tão propícias para uma estreia na mítica distância.

Imagem 1. Perfil Altimétrico


            Não foi à toa que em 2012 alcançou o status de maior prova do Brasil. Foram 2.901 concluintes (2.355 homens e 546 mulheres) contra 2.740 em 2011. Em 2012 a Maratona do Rio superou os números alcançados pelas maratonas de São Paulo (2.342) e de Porto Alegre (1.248).

            Paralelamente à maratona, também é realizado uma meia maratona e a Family Run. Em 2012, as duas reuniram 5.902 (3.665 homens e 2.237 mulheres) e 3.319 concluintes (1.519 homens e 1.800 mulheres). Em 2011, foram 5.500 e 2.500. Juntas, as três somaram 12.122 concluintes. Tudo indica que esse número deve crescer.


Imagem 2. Percurso total da maratona ilustrado.


            Em 2013, a organização espera reunir 15.000 participantes nas três provas. Para isso prepara novidades, especialmente em termos de segurança, tendo em vista os acontecimentos dos últimos tempos (bomba em Boston, manifestações, grandes eventos no Rio, etc.). Muitos de vocês certamente estarão por lá neste próximo dia sete de julho, data programada para a prova. Alguns retornando, como a grande maioria; outros, participando pela primeira vez.

            É fácil encontrar no site oficial do evento ou nas edições de junho/julho das principais revistas especializadas no assunto, dicas úteis e importantes para concluir a prova com êxito. Entretanto, para que isso seja possível, é imprescindível uma preparação prévia e um bom planejamento.


Imagem 3. Funil de largada em 2012.


            Não é pretensão aqui repetir todas as dicas. Porém, alguns companheiros, que farão a sua estreia, sabendo que já acompanhamos de perto esse evento, nos solicitaram mais detalhes. Essa será nossa colaboração. Se desejarem, há outras informações no link abaixo:



            42 km é uma distância que requer respeito, independente da prova e do percurso. Partimos do principio que você tenha feito toda a preparação necessária para enfrentar o desafio e que já tenha em mente um bom plano de ação (ritmo, alimentação, suplementação, hidratação, etc.), entre outros aspectos importantes.

            Estas são algumas variáveis controláveis, sobre as quais você pode exercer domínio. Porém, uma corrida de longa distância requer muito mais do isso. Há igualmente que se considerar, em seu planejamento, algumas intercorrências, que atuam como variáveis incontroláveis, a exemplo do clima no dia 'D'. No litoral carioca tudo pode acontecer!

            Na edição de 2011, por exemplo, os maratonistas correram sob forte calor, o que agravou os efeitos da alta umidade e acelerou o processo de desidratação. Já em 2012, tudo aconteceu debaixo de muita chuva e vento, ora contra, ora a favor.

            Aparentemente, a chuva pode deixar a temperatura mais agradável. Porém, há inconvenientes, pois ela pode deixar parte do percurso alagado, levando os atletas a terem que se desviar por caminhos adjacentes. Outro inconveniente é ter os tênis e meias encharcados pelas poças d’água. Portanto é preciso contar um pouco com a sorte! Independente do clima que encontrar, não deixe de se hidratar!

            A maioria dos atletas utilizam os ônibus disponibilizados pela organização para conduzi-los do 'Aterro do Flamengo' até o local da largada, na 'Praia do Pepê’ na Barra da Tijuca (21 km) e, na ‘Praia da Macumba' no Recreio dos Bandeirantes (42 km). Apesar de não serem confortáveis, pois são veículos de linha normalmente utilizados para transporte público, tente se concentrar ou até descansar, pois é um longo caminho.

            O percurso da Maratona do Rio já é bem conhecido. Apesar disso, listamos abaixo algumas dicas para uma boa corrida e, também, o que se pode chamar de pontos mais críticos da prova. Confiram!

            Procure chegar cedo para ter tempo hábil nos preparativos finais. A largada é tranquila e curiosa. Os atletas são direcionados por 3 km adentro da Estrada do Pontal em sentido contrário ao Aterro, antes de pegar a Av. Lúcio Costa. 

Imagem 4. Detalhes do Percurso: da largada até a meia!


            Dado a emoção do momento e uma largada em descida, é normal impor um ritmo mais forte. Concentre-se para não fugir de seu planejamento. Como se trata de um apêndice de 3 km, na ponta inicial do percurso, aproveite! Esta pode ser a sua única oportunidade de ver os atletas da elite em ação.

            Os primeiros 10 km são praticamente planos, sendo fácil sair do ritmo planejado. É comum que os menos experientes sigam ao “sabor das emoções”, puxados por atletas mais rápidos. Procure se monitorar para não ter surpresas adiante. Lembre-se que ainda haverá 32 km pela frente.

            A pista segue reta e sem oscilações até alcançar a marca da Meia, os 21 km, já na Praia do Pepê. Da meia em diante, começam a aparecer os primeiros desafios. Antes mesmo de alcançar o km 22, os atletas fazem um “grampo” no percurso para ganharem acesso à Ponte da Joatinga e, posteriormente, ao “temido” Túnel do Joá, no km 23.

            Desse ponto, os atletas vão margeando as encostas até alcançarem o Túnel de São Conrado entre os quilômetros 23 e 24. A corrida vai bem até atingir a marca de 25 km. Após correr nas encostas, os atletas voltam a ter contato com a praia, a partir do quilômetro 26.

            Entretanto, eles encontram uma forte subida que segue até os quilômetros 27 e 28, quando alcançam a Avenida Niemayer. Posso lhes assegurar que é nesse ponto do percurso que a corrida se redefine e as estratégias são reformuladas. É que os atletas encontram outra subida. São dois quilômetros subindo e outros dois descendo. Costumo a dizer que a maratona carioca começa exatamente a partir do quilômetro 28. Logo após a subida da Avenida Niemayer, que se estende até o quilômetro 30, aproximadamente.

Imagem 5. Pontos Críticos do Percurso: Avenida Niemayer.

            Apesar do restante do percurso seguir plano, é a partir dos 33 aos 37 quilômetros que a corrida começa a cobrar a conta de quem forçou o ritmo no início e saiu do planejamento. É onde ocorrem possíveis desistências.

            Se em grande parte da prova, os atletas praticamente correm sem o apoio popular, é a partir daqui que eles encontram um reforço para a recuperação do ânimo: o público presente nas Praias do Leblon, Ipanema e Copacabana. Isto se não chover. Caso contrário, eles não comparecerão.

            Desse ponto em diante, os atletas estarão de frente às praias mais badaladas do Rio de Janeiro. Apenas como observação, após o quilômetro 34, pela limitação geográfica da Pedra do Arpoador, o percurso ganha contornos mais “urbanos” ao passar pela Avenida Francisco Otaviano até chegar ao “Forte de Copacabana”, já Avenida Atlântica, quando os atletas ficam novamente ao lado do mar.

            O percurso segue plano. Porém, se você se cuidou e seguiu o seu planejamento, certamente vencerá o cansaço e as temidas câimbras que costumam visitar os atletas nesta parte da prova. Aproveite para se hidratar e se suplementar com algum tipo de fruta e outro serviço oferecido pela organização.

            O quilômetro 38 é outro ponto crítico pelo cansaço. É quando o percurso deixa a Praia de Copacabana e conduz os atletas pela Avenida Princesa Isabel até alcançarem o Túnel Engenheiro Marques, ponto que dará acesso ao Aterro. Se der sorte, poderá haver um grupo de músicos, para te dar um novo ânimo.

Imagem 6. Detalhes do percurso: Reta final!


            Faltam apenas 4 quilômetros para o fim da prova. É possível que você encontre ao longo do caminho alguns atletas da “meia” ou da “Family Run” retornando para suas casas. Você ainda precisa chegar lá.

            Apesar do cansaço iminente e as pernas parecerem pesadas, fique atento, pois é a partir desse trecho da prova que os “fotógrafos de plantão” estarão posicionados. Mais um pouco e se alcança a Avenida das Nações Unidas e, finalmente, chega-se ao Aterro.

            Nos dois quilômetros finais, os atletas ganham outros reforços para recuperarem os ânimos: uma vista de tirar o fôlego! Nada mais, nada menos do que o “Pão de Açúcar” e o “Cristo Redentor” como pano de fundo. Nessa altura, já será possível ouvir o serviço de som do evento. Com muita garra e superação, você alcançará a linha de chegada!

            Esperamos que as dicas acima sejam úteis!

            Lembre-se que o “seu sucesso será a combinação de sorte e de escolhas bem feitas!”
           
            Um grande abraço e boas corridas!

Fonte de Apoio:



  

4 comentários:

  1. Como sempre um excelente texto.
    Indico a todos que precisam de informações importantes escrito de corredor para corredor.
    Antecipo aqui todo meu apoio e força a todos os participantes em especial aos goianos.
    Abração

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  2. André, muito obrigado pelo apoio e pela indicação!
    Fico feliz que tenha gostado do texto. Seu feedback nos motiva a continuar escrevendo sobre aquilo que mais gostamos: corrida!
    Agradeço, em nome dos goianos, os votos de boa prova!
    Um grande abraço!
    Nilo

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  3. Muito boas as informações, muito bem explicadinho. Corri ano passado lá, pela primeira vez, e desde que me propus a repetir o feito esse ano, tenho mentalizado bem, todas essas etapas, da quais você descreve com exatidão.
    Nos vemos no Rio dia 07, se Deus quiser!
    Grande Abraço!
    O Corredor do Apito
    http://ocorredordoapito.com.br

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    Respostas
    1. Olá Silvio,
      Que bom que gostou das dicas.
      Vou torçer para que você tenha uma excelente prova nesta próxima edição. Que para você, em 2013 seja melhor que 2012. Você se preparou. Agora é pensamento positivo. Parabéns pelo seu blog.
      Nos vemos no dia 07!
      Um grande abraço!
      Nilo

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