quinta-feira, 5 de abril de 2012

I Corrida da Habitação 2012


I Corrida da Habitação 2012

                Dois finais de semana consecutivos, três provas de corrida de rua seguidas em Goiânia, onde a organização e a temperatura fizeram a grande diferença.
                No dia 25 de março de 2012 foi a vez da “I Corrida da Habitação 2012”. O evento, uma parceria entre a Secretaria Municipal de Habitação e a Sport &Tracks (S&T), reuniu no Parque Flamboyant de Goiânia cerca de 1.000 atletas, além de milhares de pessoas e autoridades. 

Foto 1. Parque Flamboyant: Um dos Cartões Postais de Goiânia

Foto 2. Com os companheiros de corrida e as merecidas medalhas

                A prova foi idealizada para celebrar o novo conceito habitacional consolidado pela Prefeitura Municipal de Goiânia, cujo objetivo principal é o de conciliar o bem estar e qualidade de vida. Entretanto, paira uma pergunta no ar: Será que nós, enquanto cidadãos, temos muito o que comemorar? Segundo ao Guia Ademi (Edição XVIII /FEV 2012), apesar dos avanços nesse setor, cujo crescimento impulsiona o desenvolvimento de todo o país, parece que não. Veja a seguir.
                O Brasil se transformou em 2012 no segundo lugar mais atraente para investidores estrangeiros, superando a China e a Europa. O mercado americano ainda é o maior, por oferecer opções de investimentos mais seguras e estáveis. Dentre as intenções dos investidores estrangeiros, São Paulo saiu da 26ª para 4ª posição, ficando atrás somente de Nova York, Londres e Washington.
                Dentre os setores catalisadores dessa ascensão, a construção civil teve um grande destaque por impulsionar a criação de empregos e alavancar a economia nacional. Um dos maiores desafios encontrados está na necessidade de se encontrar mão de obra qualificada.
                Em Goiânia, o mercado imobiliário, a exemplo de outras capitais, se encontra aquecido. Em 2010 foram vendidos mais de 14 mil imóveis em Goiânia e Aparecida de Goiânia. Com as políticas de financiamento e juros mais acessíveis, desde 2008, a demanda por habitação cresceu, tanto para empreendimentos de alto padrão, quanto àqueles voltados para a classe C.
                Além da oferta de recursos, o Programa Minha Casa Minha Vida e a mudança de hábito na população, como o maior número de pessoas morando sozinhas, foram os impulsionadores desse aquecimento. Entretanto, será que esse crescimento é sustentável?
                Se por um lado parece positivo, pelo outro não. O crescimento da aglomeração urbana também trás conseqüências, pois a infraestrutura das cidades não está preparada para absorver e manter a qualidade de vida desejada, especialmente no que tange à mobilidade urbana.
                O aumento do número de veículos agrava os congestionamentos e eleva o índice de poluição e de acidentes, aliado a questão de calçadas em condições precárias de uso, e número cada vez menor de vagas disponíveis em estacionamentos, o que gera um cenário cada vez menos sustentável.
                Vale ressaltar que entrará em vigor brevemente a Lei 12.587 que institui as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana, que passa a ser considerada a condição em que se realizam os deslocamentos de pessoas e cargas no espaço urbano.
                A Lei enfatiza os princípios da acessibilidade universal, do desenvolvimento sustentável das cidades, da equidade no acesso dos cidadãos ao transporte público, e na equidade no uso do espaço público de circulação. A Lei ainda sugere as seguintes diretrizes: a prioridade dos modos de transportes não motorizados sobre os motorizados e, do transporte público coletivo sobre o transporte individual motorizado. Aplicar essa Lei será outro grande desafio, pois os sistemas de transporte e a mobilidade urbana trabalham em rede e demandam planejamento e ações integradas da União, Governos e Municípios e, muitas vezes extrapolam os limites geográficos e políticos de algumas regiões.
                Essa questão da mobilidade é muito preocupante não somente em Goiânia, mas, em todo o país, pois impacta diretamente na qualidade de vida das pessoas. Os novos empreendimentos praticamente já ocuparam todos os vazios urbanos de nossa cidade, entretanto, a nossa infraestrutura não está preparada para absorver e manter a qualidade de vida desejada, tornando o ato de ir e vir um verdadeiro caos para os cidadãos.
                Por esta razão, mais um bom motivo para correr. Nós, amantes e praticantes do esporte (corredores e ciclistas), mais do que ninguém, conhecemos os problemas relacionados a questão da mobilidade urbana.
                Ao participarmos de um evento, com essa natureza, contribuímos para aumentar a conscientização da população sobre a necessidade de um crescimento planejado e acompanhado de uma estrutura viária para dar segurança aos pedestres e atletas e, também, vazão ao trânsito. Quem mora em uma área densamente povoada sabe muito bem o que eu estou falando.

Foto 3. Com os companheiros do Grupo Giramundo

A corrida
                Por ter sido esta a primeira edição da corrida, os atletas percorreram um circuito novo, muito bem balizado e que reuniu passagens por trechos já bem conhecidos dos atletas goianos, como a Av. Dep. Jamel Cecílio, a Avenida 136, o Parque Areião, a Av. Ricardo Paranhos, a Praça do Cruzeiro e a Avenida 88.
                Além de um perfil altimétrico muito exigente, o que é comum nas provas realizadas em Goiânia, os atletas também tiveram que enfrentar o forte calor dessa manhã de Domingo. Mesmo com a largada às 08 h, os postos de hidratação estarem muito bem distribuídos, a cada dois quilômetros e, um animado “DJ” posicionado por volta do km 6, vários atletas lamentaram o fato de que o calor impediu que eles alcançassem as suas marcas pessoais nas distâncias de 5 e de 10 km.
Imagem 1. Perfil altimétrico da I Corrida da Habitação
                A S&T conseguiu preparar uma estrutura de alto nível. Além do mais, ela inovou o circuito de corrida de rua de Goiânia, fazendo o que já é feito em outras importantes competições do país, ao criar o pelotão de atletas agora conhecidos como “The Best Runners S & T”. A premiação na categoria geral incluiu, além dos troféus, R$700,00, R$500,00 e R$300,00 para os 1º, 2º e 3ºs lugares respectivamente. Houve também premiação na forma de troféus para as faixas etárias, divididas a cada 5 anos (18 – 60 anos acima). Neste aspecto os atletas com mais de 65 anos, o que não são poucos, sentiram-se prejudicados por caírem na mesma faixa daqueles abaixo de 65 anos o que, teoricamente, tendem a estarem melhores condicionados.
                Esse primeiro pelotão especial, foi formado com os 25 atletas (masculino) e 25 (feminino) que chegaram à frente na Corrida 21 anos TRT Goiás nos 4 e, também nos 8 km, totalizando 100 atletas. Eles ganharam camiseta diferenciada e saíram em um pelotão diferenciado logo à frente. Durante a Corrida da Habitação, outros atletas foram premiados com uma medalha especial em formato de estrela e banhada à ouro. 

Foto 4. Pelotão "The Best Runners S&T"

                Do ponto de vista motivacional, o fato de ser reconhecido por fazer parte de um pelotão de atletas de elite gera certo fascínio e exerce um forte efeito motivacional, não somente sobre os atletas que já estão lá, mas também sobre aqueles que ainda não estão, mas que possuem totais condições de chegar lá. Essa motivação é um importante combustível para que eles continuem focados e dedicados aos seus treinos e se mantenham focados na melhoria contínua de seu desempenho como atleta.
                Entretanto, cabe aqui alertar sobre o cuidado para que essa melhoria seja construída sobre uma base prévia sólida e sem o risco do atleta sofrer lesões, o que poderia deixá-lo desmotivado e ausente dos treinos e das arenas de corrida de rua. Por isso, não exagere e procure correr sempre sob orientação de um profissional.
                Diferentemente do que ocorreu na “III Corrida Ecológica Parque”, prova também organizada pela S&T, onde uma pane elétrica prejudicou a divulgação dos resultados, que foram disponibilizados somente dois dias depois da prova e, ainda assim, foram contestados por vários atletas, vale aqui reconhecer a competência e o esforço da equipe da Sistime, responsável pelo sistema de cronometragem.
                Eles conseguiram, a exemplo do que já é feito em outras corridas de rua pelo Brasil e que também foi adotado durante a “Corrida contra o Crack”,disponibilizar os resultados oficiais da corrida logo após a prova. Além disso, cada atleta cadastrado também recebeu o seu tempo oficial de prova por meio de um torpedo via celular. 

Foto 5. Pódio por faixa etária

                 A seguir, veja três vídeos contendo alguns trechos relativos a largada e chegada dos atletas nessa prova.

 Vídeo 1. Largada com o Hino Nacional

Vídeo 2. Chegada entre 33min40s e 36 min13s

Vídeo 3. Chegada entre 38min06s e 44min20s

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